quarta-feira, 30 de julho de 2008

A rodada de Doha: choque entre colonizadores e colonizados


Márcio C. Almeida
Historiador.

A rodada de Doha ocorrida em Genebra, capital da Suíça foi vista após o seu término pelos analistas políticos e econômicos como um verdadeiro fracasso, colocando em xeque a capacidade das nações conseguirem agir de forma conjunta em questões fundamentais como meio ambiente, conflitos étnicos e etc. Entretanto mais do que um fracasso do ponto de vista político – econômico mostra como o conhecimento histórico é importante para analisar estas questões, pois o que observamos em Doha foi um choque entre os colonizadores de outrora (Europa) e da contemporaneidade (EUA) contra os colonizados de sempre (países em desenvolvimento), a atitude de China e Índia em Doha foi a mesma que os atuais estadunidenses tiveram contra a antiga colônia a Inglaterra no processo que culminou na independência dos EUA, ou seja, os mesmos rebelaram –se contra as imposições desiguais da metrópole em relação a então colônia, também é compreensível a acusação do jornal argentino La Nación que chamou o Brasil de traidor, devido ao fato da diplomacia brasileira ter focalizado os seus interesses em detrimento dos outros países aliados fugindo da atitude maniqueísta de que “o que é bom para os ricos significar ser ruim para os pobres”, entretanto a atitude brasileira mostra a nossa velha, e as vezes maléfica, tendência conciliatória ao contrario dos argentinos que são mais radicais nas suas posições, lembra – nos inclusive o pensamento da maioria dos nossos fazendeiros no processo que proporcionou a independência do Brasil, pois a maioria pensava da seguinte maneira, pouco interessava se continuaríamos ligados ou libertos de Portugal o que importava de fato era a liberdade econômica, assim como para os nossos diplomatas não importou muito a lealdade aos nossos parceiros seja os do Mercosul quanto os do Bric, pois no momento em que os representantes brasileiros perceberam que a proposta da OMC favorecia a economia brasileira tratou de concordar com a OMC o que desagradou entre outros a Argentina principal aliado brasileiro no Mercosul e Índia e China parceiros do Bric, justamente os países que opuseram – se as potências do norte, ou seja, EUA e União européia.
Entretanto o que a opinião publica internacional classificou de intransigência, isto é, a atitude de EUA, China e Índia levaram ao fracasso a rodada de Doha mostra que novamente aqueles por anos a fio foram explorados levantaram –se contra a opressão das potências globais, mostrando que a liberdade comercial só existe na teoria, que a globalização, nome moderno para o velho colonialismo, só vale de cima para baixo e nunca ao contrario como ficou claro na posição dos europeus e americanos que dificultaram ao máximo as negociações, queriam o fim do protecionismo industrial nos países em desenvolvimento mas, com a manutenção dos subsídios agrícolas em suas nações, isto nada mais é do que a versão atualizada do pacto colonial, no passado os países dominados enviava as matérias – primas e recebia os manufaturados, no presente esses países continuariam enviando matéria – prima só que agora teriam de concorrer com as empresas estrangeiras que viriam para estas regiões sem nenhum entrave, entretanto os agricultores dos países em desenvolvimento continuariam vendendo seus produtos nestes países sofrendo fortes restrições de ordem econômica, isto tornaria os mesmos mais caros do que locais que são subsidiados pelos governos dos países desenvolvidos, residiu ai o impasse em Doha e a atitude colonialista dos países desenvolvidos, pois a flexibilização tem de ser linear, proporcionando a isonomia comercial a todos e não apenas a alguns como querem as potências do norte, eles acusam os indianos de protegerem sua agricultura, entretanto os subsídios agrícolas são o que, eles podem proteger sua agricultura os hindus não, os chineses também não, os países latinos e africanos idem, assim fica muito fácil fazer acordos aonde os interesses dos outros são negados em favor dos meus.
Em face disto podemos tirar algumas conclusões a primeira é que dificilmente os interesses dos pobres serão atendidos pelas nações ricas, o segundo e que as potências do norte continuam a nos ver como colônias podendo, portanto fazer o que bem entende, ou seja, boicotar produtos, perseguir pessoas e impor unilateralmente as suas vontades, o terceiro é a importância dos acordos bilaterais que serão mais necessários do que nunca e os países que colocaram –se de um lado ou de outro ainda que pelos motivos certos serão mal vistos a partir de agora, portanto necessitaram de grande habilidade diplomática para dissipar a imagem deixada, acima de tudo ficou um ponto de interrogação na capacidade dos países dialogarem acerca dos assuntos fundamentais para o mundo atual.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Digito, objeto e a condição do homem atual

Márcio C. Almeida
historiador


Atualmente o homem vive numa condição ambígua dentro da sociedade hodierna do nosso tempo, pois ora ele é digito e no momento seguinte objeto, mas como ocorre esta situação com o homem atual.

Observaremos primeiro a condição digito e logo a seguir a condição objeto para entendermos melhor a situação, a condição digito ocorre da seguinte forma, quando o homem ou as pessoas são vistas como número e dentro da ótica capitalista é um consumidor em potencial, ou seja, alguém que pode vir a consumir todos os produtos que uma estrutura capitalista pode oferecer, celebrando, portanto o consumo desenfreado o individuo torna – se digito quando ele é identificado pelos números das caixas registradoras e dos cartões de crédito, neste momento os seres humanos são apenas números. A condição objeto é justamente quando o homem passa de consumidor a algo a ser consumido, esta estrutura de consumo vai desde a força de trabalho até a intelectualidade dos indivíduos explorados neste processo alienador dos homens, o fruto destas duas condições é a ambigüidade da condição atual do ser humano, pois ao mesmo tempo que consome e consumido e essa característica da atual sociedade se reflete em todas as esferas da vida humana, ou seja, tudo é visto pela ótica capitalista, do consumo e uma das conseqüências disto é a desumanização da sociedade, um total individualismo nas relações humanas gerando um mal – estar geral na sociedade, pois o ser humano necessita uns dos outros e esta estrutura deixa o homem como um ser errante mostrando que é necessário humanizar novamente as pessoas devido aos sinais claros de um colapso sócio –ambiental, aonde o homem vem sendo levado a um beco sem saída. Porém podemos reverter esta situação buscando o bem comum para toda a humanidade e este passa decisivamente pela redução das desigualdades sociais, pelo respeito a diferença e principalmente pela valorização do homem enquanto ser desprendendo – se de objetivos mesquinhos e nefastos de ordem capitalista que favorece uma minoria em detrimento de uma maioria. Entretanto depende de todos os seres humanos continuarmos ou não nesta incomoda posição de digito e objeto a decisão esta em cada individuo que faz parte da espécie humana.

O tédio de nossos dias

Márcio C. Almeida
Historiador

Atualmente a vida é tão sem graça que nem parece vida tamanha mediocridade que são os dias atuais, as pessoas preocupadas em atender seus desejos mesquinhos não tem tempo para pensar em grandes projetos humanitários.

Esta situação é o espelho dos nossos dias, pessoas sem vida, sem experiências enriquecedoras e etc, o momento que vivemos são de assuntos que giram em torno de dietas, celulares, futilidades e fofocas, entretanto não vemos a discussão de assuntos construtivos do ponto de vista humanístico, cidadão, enfim debater sobre coisas que venha proporcionar o bem comum a todos, logo podemos perceber o tédio dos nossos dias, esta vida vazia desprovida de coisas que valha realmente a pena, vivemos no império da futilidade cujo o símbolo maior são os shoppings centers, verdadeiros ópios modernos aonde as pessoas ficam anestesiadas pelas vitrines frias, entretanto convidativas, fazendo os indivíduos serem comprados pelo produto ali exposto, pior as pessoas fazem das compras um passatempo quando na verdade ela foi comprada pela mercadoria pensando que aquilo é lazer, algo mais tedioso do que isso estou para ver e os indivíduos ainda ficam sorrindo, definitivamente tem alguma coisa errada. A pobreza de criatividade da sociedade atual explica todo o tédio da atualidade, pois é cerceada aos homens a criação, o prazer de contemplar aquilo que criamos, tudo nos vem pronto, como é prazeroso criar uma canção, manipular harmoniosamente um instrumento ou escrever um poema, um texto, um artigo, uma crônica, enfim, um prazer único, uma atitude erótica que nenhuma tecnologia pode proporcionar e/ou substituir, quando muito pode servir de ferramenta a criatividade humana, imagine o tédio da maioria das pessoas que foram sublimadas do prazer no seu cotidiano, esta situação pode ser canalizada para direções sombrias como as drogas e o banditismo de maneira geral, tudo isso por causa do cotidiano tedioso que são os dias atuais, esta que é totalmente desprovida de prazer, causa, ideais, deveríamos buscar o conhecimento do prazer e da felicidade nos antigos filósofos gregos, chutarmos este paradigma de felicidade burguês onde a alegria e felicidade estão naquilo que você compra ao invés de ser aquilo que é fruto do seu altruísmo, em suma quando as pessoas começam a ficar feliz porque comprou um novo celular algo está errado.

Entretanto existem pessoas que estão acabando com o tédio em suas vidas, geralmente são pessoas que olham constantemente para si mesmo, para vida e confrontando a realidade com o saber adquirido nos livros, na biblioteca da experiência que chama –se vida optaram por ser e logo começaram a perceber o sorriso de momo deus do riso, este expresso no prazer de viver, portanto os que estão buscando o caminho do ser tem infinitamente uma vida menos tediosa do que aqueles que querem apenas ter, estes aprisionados no seu império da futilidade, do consumo desenfreado, oportunista e momentâneo sempre terão uma vida tediosa, pois o fetichismo do consumo não os deixa em paz dizendo que sem ele tudo é sem graça, um marasmo absoluto não escapando, portanto deste ciclo vicioso. O tédio da vida atual está justamente nisto porque pelo fato de vivermos numa sociedade de consumo, sem ideais, proposta e objetivos, aonde a grande preocupação é “preciso comprar um mp5 ou um celular com TV” fica clara a superficialidade da vida atual, tornando a mesma tediosa, temos verdadeiros zumbis que pensam que são incluídos e felizes porque consomem, cada vez mais ocorre mortes por suicídio, isto porque o indivíduos conseguindo enquadrar –se num padrão de consumo começa a se achar um incapaz, um fracassado e mediante falta de perspectiva entram em depressão e daí para o suicídio é rápido, mas tudo isto acontece devido ao tédio que é viver numa sociedade de consumo baseada no ter ignorando o ser por completo, enquanto isso aqueles que querem ser estão quebrando paradigmas da sociedade do ter em pleno tédio dos dias atuais.

Tempos nada interessantes


Márcio C. Almeida
Historiador

O maio de 68 no ano de 2008 fez quarenta anos, em face disto ocorreram uma série de debates sobre o período nas universidades, na mídia e etc, entretanto 1968 marcou toda uma geração de tal maneira que qualquer manifestação juvenil tem como referência a geração 68, inclusive no Brasil que certamente teve aqui a face mais política das manifestações neste célebre ano, muitos invejam os que viveram naquele ano e os seguintes mesmo com toda a repressão vivida no Brasil e em outras partes do mundo. Podemos observar que aqueles jovens tinham um ideal, uma vontade de fazer algo que ficaria gravado definitivamente numa era e conseguiram, mas o grande questionamento é os nos dias atuais com toda esta liberdade proporcionada pela democracia faz de grandioso, marcante, cadê os caras – pintadas( sou desta geração) o que andam fazendo, afinal de contas o presidente que supostamente derrubamos nos anos 90 hoje é senador da República, diga –se de passagem o mais votado nas últimas eleições, bom podem argumentar que alguns revolucionários dos anos 60/70 tornaram – se mensaleiros, verdade mas antes de entrarem no trem da alegria que é a podridão chamada mensalão manchando para sempre as respectivas biografia mostraram que participaram do processo mais por interesse pessoal do que impulsionado por um ideal, entretanto a maioria tinha o objetivo de proporcionar um mundo melhor para todos os indivíduos e no caso brasileiro objetivava os mesmos anseios para todos os cidadãos deste país, em face disto cabe mais um questionamento e a geração msn/orkut, os caras pintadas lutam por que causa ou ideal? se que militam por alguma coisa é claro. As maiores preocupações humanitárias e/ou ontológicas são a busca pelo celular mais moderno, o tênis mais caro, o carro do ano, em suma, lutam para ter, entretanto são duas gerações que não almejam ser, por isso quarenta anos depois maio de 68 ainda é tão celebrada, a geração de 1968 chutou o monaditismo da época propondo novos paradigmas, mas e hoje será que as gerações posteriores a 68 estão fazendo algo de concreto ou estão abraçando modismos do tipo “trabalho numa ONG, logo tenho consciência social” quando na verdade sabemos que é muito fácil sairmos do nosso mundinho, fazermos o nosso “trabalho social” e voltarmos para casa retornando ao mundo particular.
Em face disto que este início de século não tem sido nada interessante, vivemos numa sociedade calcada no individualismo, egoísta, orientada por um mimetismo que leva a um consumo desenfreado, isto pelo simples fato das pessoas querer ter algo que o outro não tenha ou caso apenas dentro grupo social que ele conviva o mesmo seja o único a possuir algo que os demais não tenha o mesmo sinta –se engrandecido pelo fato dos demais não terem, entretanto tais satisfações são efêmeras, pois o dragão da maldade chamado capital faz você querer cada vez mais, fazendo o individuo ter um comportamento semelhante ao de um dependente químico, nunca estando satisfeito com o que tem e sempre querendo mais, portanto igual a um drogado, um alcoólatra e etc. Esta realidade explica em parte o fato de atualmente termos muitos jovens envolvidos com drogas, pois sem poderem saciar o desejo de consumo buscam preencher este vazio existencial, as pessoas de hoje não tem sonhos, objetivos, ideais, causas nobres a defender, a grande preocupação atual é “quando vou comprar meu celular com TV”, quando buscam ler alguma coisa ou é auto – ajuda, claro numa sociedade toda fragmentada é natural esse tipo de literatura, ou é água com açúcar, considerando os poucos que tem o hábito da leitura, maioria está preocupada em saber se o “vilão” da novela morre, se o “fulano fica com a amante”, notícias sobre as questões nacionais nem pensar, quando a preocupação não é novela ou a colocação do Flamengo e Corinthians no brasileirão a mesma gira em torno da seguinte questão “ quando vou comprar meu MP5”, atualmente todos querem o ter mas lamentavelmente ninguém quer ser, não existe mais aquela singela dúvida “ o que vou ser quando crescer”.

O inicio do século XXI é totalmente desprovido de ideais são tempos prosaicos, sem poesia, eros, tudo é virtual, mecânico, genital, em suma passageiro, a geração de 68 viveu tudo que tornava a vida prazerosa sem terem a liberdade, entretanto nós temos a bendita liberdade mas não vivemos uma vida prazerosa, precisamos ler mais Epicuro, o grande filósofo do prazer, estamos vivendo dias sublimados, ou pior, desprovido de qualquer prazer. Portanto é algo para as pessoas dos dias atuais pensarem “porque 1968 é tão celebrado”, acredito que a explicação esteja no fato da geração 68 ter tido um ideal e o mesmo lhe proporcionava um imenso e intenso prazer, pois estavam fazendo algo significativo, isto considerando todos os equívocos possíveis, considerando que a nossa sociedade não tem uma vida prazerosa, logo a mesma é monótona, além do mais como vai ter eros se não possui ideais, daí os nossos dias ao contrário de 1968 não serem nada interessantes.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Dossiê democracia 6º ato a democracia no Brasil.

Márcio C. Almeida
Historiador
O processo democrático no Brasil é algo muito novo devido ao fato de termos vivido muito mais tempo em regimes que privilegiavam a concentração de poder, além disto temos que considerar o período colonial da história brasileira aonde o Brasil era literalmente parte do estado português, portanto durante a fase colonial prestávamos obediência a metrópole, entretanto o marco inicial para a mudança desta realidade foi o ano de 1808 com a abertura dos portos e no ano de 1822 veio a emancipação política do país, entretanto a independência não significou igualdade, primeiro porque a maioria da população era composta de escravos, segundo que os maiores interessados na independência eram os fazendeiros e portanto escravocratas, a partir disto, passamos pelos períodos conhecidos como 1º e 2º reinados aonde o povo não tinha acesso a nada, somado a isso temos a barbárie da escravidão que deixou marcas na organização política brasileira. No fim do século XIX os ventos republicanos sopram com força no Brasil e o resultado disto foi a proclamação da República em 1889, um ano após a abolição da escravatura no Brasil. Acreditava -se que com os ventos republicanos a democracia viria -se instalar no Brasil como nos EUA e na Europa, entretanto a mesma em terras tupiniquin era mero conceito teórico, pois na prática foi um sistema voltado para as elites agrárias do país. A chegada de Getúlio Vargas ao poder em 1930 não significou a chegada da democracia no Brasil, mas temos como ponto positivo para a democracia a instituição do voto feminino, além de mediante constituição em 1934 ter sido também instituído o voto secreto, tal realidade constitucional é que a mesma tinha um caráter liberal - democrático. Entretanto está realidade democrática durou pouco, pois as liberdades que esta constituição proporcionava era perigosa para Vargas e os grupos interessados sendo portanto suprimida todas as liberdades a partir de 1937.
O fim da era Vargas significou o início do período conhecido como "redemocratização", entretanto tal nomeclatura é suspeita pelo fato da história política brasileira não ter nenhuma grande experiência democrática que justifique a utilização do termo a partir de 1946, em face disto o que temos neste período é uma determinada maneira de fazer política conhecida como populismo, algo que merece uma explicação mais aprofundada num outro momento, portanto os governos Dutra, Vargas num segundo momento, Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart marcaram um período conhecido como populista, cujo o ocaso veio em 31 de março de 64 com o golpe militar. A partir deste momento o Brasil conhecerá a sua longa noite de trevas e escuridão de 21 anos de ditadura militar no pais aonde todas as liberdades foram suprimidas, em face disto jovens deram a vida na luta pela liberdade, famílias ainda hoje chora por filhos que nunca mais viram e não tiveram nem o direito de enterra - los devido a brutalidade do regime. Em face disto o ano de 1984 é um marco na história democrática brasileira com milhares de pessoas nas ruas protestando contra o regime militar, antes já havia ocorrido a marcha dos cem mil no Rio de Janeiro no auge do regime militar, em 1985 seria eleito o primeiro presidente da República pós ditadura militar, esta eleição ainda foi de maneira indireta, entretanto pela primeira vez um civil voltava a ser presidente do país, entretanto o senhor Tancredo Neves eleito presidente não viveu para assumir o cargo, pois veio a falecer após as eleições e assumiu o seu vice José Sarney sendo efetivamente o primeiro presidente democrático da República. A partir deste momento o Brasil passa a viver sobre a égide civil, no ano de 1988 é promulgada a atual constituição federal e em 1989 ocorre as primeira eleições diretas para presidente sendo eleito Fernando Collor de Mello, este eram representante dos setores conservadores e oligárquicos do país, contou inclusive com o apoio da emissora do plin - plin para vencer as eleições, na elaboração da carta constitucional percebia - se o conservadorismo que as questões vitais do país era tratada.
Neste momento cabe uma reflexão acerca da democracia no Brasil, podemos perceber que após anos de lutas contras as forças reacionárias a mesma foi que no final assumiu o poder, a partir de então os interesses do capital passaram a prevalecer como em todas outros momentos da história brasileira, portanto Collor nada mais é o que um produto do capital cujo objetivo era atender os interesses do grande empresáriado(bancos,empresas e etc) daí o apoio dos grandes sistemas de comunicação a este candidato e a todos os outros que comprometerem -se com o capital, inclusive o atual presidente, pois o mesmo em 1989 era visto como um perigo para o capital, em 2002 a classe média confiou nele e renovou a sua confiança colocando ele no poder novamente quatro anos mais tarde, antes dele após a transição com o presidente Itamar Franco cujo o ponto importante foi a implantação do real que seria a nova moeda brasileira, isto foi um projeto desenvolvido pelo futuro presidente Fernando Henrique Cardoso que no governo Itamar era ministro da fazenda que em 1994 veio a ser o novo presidente da república e governou por dois mandatos consecutivos, teve como mérito acabar com todo parque industrial brasileiro entregando o mesmo a iniciativa privada e pior a maior parte foram a preços irrisórios cujo o exemplo clássico é a vale do rio doce,esta que em três meses de atividade como empresa privada tirou o valor investido na compra da mesma ao estado brasileiro, atualmente estamos assistindo a diversos escândalos na politica brasileira e ocorre um certo desencanto com a democracia brasileira, esta que tão nova causa decepções monumentais, pois ainda temos uma gigantesca desigualdade social, negros e índios são discriminados na sociedade brasileira, ser pobre no Brasil na prática é uma verdadeira maldição, temos 54 milhões de pobres e 32 milhões de miseráveis, ou seja, 86 milhões de pessoas excluídas do direito de ser cidadão pelo simples fato de ser desprovido de poder econômico, somado a isso inclua as pessoas que encontram -se na famosa classe C que chega a quase 100 milhões de pessoas que consomem apenas para afagar o seu mimetismo, sem entretanto ter poder político podemos ver que poucas pessoas possuem poder político e econômico. Bom havia muito mais coisas que queria partilhar com todos que vierem a ler estes textos, espero que possa contribuir para o crescimento intelectual de todos que visitarem este blog e apreciar os texto um abraço e muito obrigado a todos e leiam sempre, pois que ler sabe mais e como dizia o célebre Aristóteles " o homem diferencia -se dos outros animais pela faculdade do pensar". axé! athena deusa da sabedoria.

sábado, 24 de maio de 2008

Dôssie democracia: 5º ato seus amigos e inimigos

Márcio C. Almeida
Historiador
Na história da democracia observamos que os grupos dominantes sempre procuraram tirar proveito da mesma e no período contemporâneo não foi diferente, as elites dominantes ligadas ao liberalismo e claro ao capitalismo procuraram aproveitar a democracia para atingir seus objetivos, entretanto no inicio o liberalismo não era democrático, pois as elites liberais eram claramente anti -democrática, desconfiavam da chegada do povo ao poder, nisto podemos perceber uma divisão dentro do pensamento liberal, este dividiu- se entre conservadores e radicais, a primeira corrente defendia a liberdade, mas não a igualdade, a segunda corrente defendia a liberdade junto com a igualdade, entretanto as coisas mudariam com passar do tempo, pois a medida em que o liberalismo fica ligado ao capitalismo e opondo -seportanto ao socialismo mais ele vai utilizar a democracia como ferramenta de oposição as idéias socialistas, colocando democracia e capitalismo como coisas antagônicas, pois as democracias no século XIX não conseguiram resolver os problemas de ordem econômica, dando margem para a crítica marxista, pois o mesma é reflexo da busca de uma nova ordem distinta da que estava estabelecida, ou seja, a burguesa. Em face disto os liderais capitalistas para conter o avanço marxista iniciado a partir da segunda metade do século XIX tiveram de começar a pensar em soluções para o problema provoca pela industrialização da sociedade, ou seja, o surgimento das classes antagônicas entre si, isto é, burguesia e proletariado a primeira passou a ver na democracia uma aliada para combater o marxismo a segunda lamentávelmente via na democracia seu inimigo, pois visualizava a mesma como um regime burguês, contribuiu muito para esta visão o racha ocorrido na segunda internacional socialista quando quando surge grupos que defendia a implantação do socialismo pela via democrática, algo que mais a frente seria defendido pelo célebre filósofo italiano Antonio Gramisci, os radicais acusavam o partidários desta linha de tentarem adequar o marxismo a ordem burguesa, não conseguiam visualizar que o socialismo pressupôem democracia, pois era dentro deste sistema que poderiamos chegar aos mais altos anseios socialistas, entretanto a oposição criada pelos capitalistas entrea democracia e socialismo foi fundamental para o capitalismo que a partir do desgaste do socialismo devido as experiências infelizes de socialismos, fez do liberalismo defensor da democracia. Em face disto o fim dos socialismo marcou o desmonte da estrutura que derrubou o socialismo, ou seja, o welfare state que foi um misto de capitalismo e benefícios sociais que visavam atender os anseios da população tendo por objetivo final derrotar o socialismo nas formas que os mesmos apresentava - se e logo após a queda do mundo soviético o liberalismo em sua face "neo" vai proporcionar o desmonte da estrutura que havia sido bem sucedida na luta contra o socialismo, em face disto o liberalismo prega as "liberdades democráticas" mas temos que questionar que liberdades são estas, a mesma é aquilo que o individuo crer ou que o sistema quer, podemos observar que após o fim do socialismo real assistimos a escalada do neoliberalismo, das desigualdades sociais, da fome, miséria e etc. O próximo passo do sistema liberal é a estruição da própria democracia, pois a mesma é um entrave a expansão do capital, em face disto fica claro que o socialismo é o grande amigo da democracia pelo fato do mesmo ter demandas que vão de encontro aos valores fundamentais da democracia e o inimigo é o liberalismo econômico a grande ferramenta de desenvolvimento capitalista. Portanto o grande inimigo da humanidade é o capitalismo e o seu sistema o liberalismo este é o gigante a ser derrotado e isso depende de nós, o próximo ato finalizaremos o dõssie com uma reflexão sobre a democracia no Brasil e no mundo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Dossiê democracia 4º ato. Rousseau e a democracia direta.

Márcio C. Almeida
Historiador
Após a queda da cidades - estados gregas nas maõs macedônias a democracia só voltou a cena por volta do século XVIII de nossa época quando as condições novamente pediram a urgência do retorno das idéias democráticas, os primórdios deste retorno ocorrem com John Locke na Inglaterra quando este argumenta que a origem do poder civil é democrática diferente da origem do poder monárquico, em suma para locke o poder está calcado nas instituições políticas e não no arbítrio dos individuos, outra contribuição importante dada por Locke para a democracia em nosso tempo é a noção de público e privado que prega que as duas esferas deve ser regidas por leis diferentes, colocando que o poder não deve ser determinado por condição de nascimento e que cabe ao estado garantir a livre iniciativa, liberdade de expressão e a propriedade privada, podemos observar que apesar das contribuição de Locke para a democracia moderna serem importantes fica clara a defesa de valores tipicamante burgueses, liberais, pois estava de acordo com os interesses burguesia que passou a lutar para ter mais autonomia e poder, mas em nenhum instante Locke defende a inclusão dos mais pobres neste processo de participação plena no poder. Em face disto é que dizemos que com Jean Jaques Rousseau tivemos o verdadeiro impulso rumo a democracia no muindo moderno, foi o pensador suíço que entre os iluministas pensou na inclusão de todos os membros da sociedade no processo político que na concepção de Rousseau ocorreria apenas dentro da democracia, este genial pensador era filho de relojoeiro em Genebra cidade que é a capital da Suíça, em 1742 Rousseau foi para Paris aonde as idéias iluministas fervilhavam. Precursor do romantismo o célebre filósofo valorizava demasiadamente a emoção, o sentimento, numa época de extrema racionalidade, no campo da política as principais obras são a origem da desigualdade dos homens e o contrato social, assim como seus antecessores Rousseau tenta resolver a questão da legitimidade, entretanto o iluminista suiço traz uma novidade, pois pela primeira vez um pensador afirma que a soberania é do povo e está é inalienável, ou seja, não pode ser retirada do mesmo. Isto é importantissimo devido ao fato de até aquele momento todas as teorias políticas serem elitista, pois a exceção de Rousseau todos os outros pensadores iluministas tinha uma visão de veleias aristocráticas apesar de pregarem valores democráticos, mesmo Kant, célebre filósofo alemão excluia da cidadania frações populares da sociedade, portanto a contribuição do filósofo suiço foi de extrema valia para a história da democracia moderna e a soberania do povo é firmada mediante contrato, este que é de caráter social, daí o nome de contrato social aonde o individuo aliena -se de seus direitos em favor da sociedade, entretanto mesmo todos abdicando dos seus direitos, ninguém perde, pois " este ato de associação produz em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo composto de tantos membros quantos são os votos da assembléia e que, por esse mesmo ato, ganha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade"
Em suma, o homem abdica da sua liberdade, mas sendo ele parte ativa e integrante do todo social ele obedece a lei, logo a si mesmo, sendo portanto livre, pois é o próprio individuo que organiza a sociedade, em face disto, o povo não perde a sua soberania sobre o estado pelo fato desta está firmada mediante contrato e o não cumprimento deste só poderia ocorrer mediante distrato, portanto o estado não pode ser criado separado dele. A alienação em favor da coletividade não caracteriza perda porque o povo incorporado mantém a soberania, esta é expressada na lei pelo corpo coletivo sendo portanto a vontade geral fazendo a soberania ser inalienável. Rousseau deixa claro portanto que o poder é todo do povo, pois o governo é submetido a ele, os seus representantes executam a leis, sendo que estes cargos representativos pedem rotatividade de individuos, nisto consiste a democracia direta de Rousseau e ela cria uma dualidade, o mesmo individuo que é considerado cidadão e ativo quando faz e cumpre a lei é considerado súdito e passivo quando obedece e submete - se a mesma lei. O outro fator de grande importância é a vontade geral, esta é expressa pela lei como vontade da maioria, portanto os interesses particulares ficam diminuidos em favor da vontade de todos, esta pespectiva também não pode ser confundida com a vontade geral, pois a vontade de todos pode ser fruto da confluência de interesses que antes eram particulares mais que tinham ressonância em outros individuos, portanto o interesse comum não é o de todos, mas o de todos e de cada um passa a ser do interesse da coletividade. Nisto está o cerne do pensamento do célebre filósofo suiço, pois o mesmo acreditava que homem era superior pela sua capacidade de autonomia e liberdade sendo superação de toda a arbritariedade, portanto o homem é livre quando promove a mesma liberdade como consentimento a lei. Rousseau acreditava que o projeto democrático seria possivel em sociedades reduzidas entretanto as suas idéias não podem ser descartadas ou desprezadas, pelo contrário, suas idéias serviram de base para as idéias democráticas no século XIX e mesmo leituras sociais de base marxistas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Dossiê democracia: 3º ato - Os críticos.

Márcio C. Almeida
Historiador
A democracia grega logo em sua origem teve críticos de grande envergadura, mas ninguém da estatura de Platão e Aristóteles, ambos tinham origem aristocrática, entretanto fizeram análises bem distintas sobre a democracia e as formas de governo em geral. O primeiro grande crítico do sistema democrático foi Platão, este sempre foi fascinado pela política apesar de ter sido preso e vendido como escravo, tal fato ocorrido quando esteve na corte de Dionísio, o velho, não diminui seu gosto pela mesma. Além disto podemos observar os resultados desta experiência no livro as leis escrito pelo próprio Platão, este era discípulo de Sócrates célebre filósofo da cidade de Atenas que foi condenado e morto na mesma, este episódio marcou profundamente a vida e a produção filosófica de Platão até porque Sócrates seu mestre foi um homem que respeitou a democracia e as leis atenienses. Portanto este acontecido explica o acentuado despreso que o filósofo tem em relação a democracia, pois o mesmo considerava Sócrates o " mais sábio dos homens". Somado a isso temos a origem aristocrática de Platão que o levaria a uma concepção política aonde somente os sábios poderia governar, isto ele chamou de sofocracia( governo dos sábios). Para referendar temos a célebre afirmativa platônica que consistia no seguinte "A humanidade será mais feliz um dia, quando os filósofos forem reis, ou quando os reis forem filósofos". Esta sentença platônica deixa claro o sentido de sua reflexão, pois para Platão o povo não era capaz de governar pelo fato de não serem dotados filosoficamente para tal função, podemos observar que mesmo entre aqueles que pertencia a aristocracia não era qualquer um que poderia governar, apenas os dotados do saber e para Platão o mesmo significava conhecimento filosófico, daí a idéia de que o governante deveria ser filósofo, surge portanto a teoria do rei filósofo.
Segundo Platão o filósofo seria o individuo que libertado da opinião comum, passando portanto para ciência, deveria ir para o meio do povo e orientá- los, cabendo ao sábio ensinar e dirigir o povo, este é portanto um professor que inserido no povo orienta o mesmo no caminho da ética promovendo o bem comum a todos, isto claro baseado na contemplação da cidade ideal, pois Platão era um filósofo idealista, daí a orientação ser sempre pelo modelo ideal. O pensador ateniense também acreditava que as pessoas eram diferentes e, por isso tinham lugares e funções distintas na sociedade, outro fator também é o fato do Estado assumir a educação ao invês da família e a partir disso seriam selecionado aqueles que serviriam ao exército e os que seriam preparados para governar, isto é, os sábios. Podemos observar que dentro da concepção platônica não havia espaço para o ideal "igualitário" da democracia ateniense devido ao fato de que na teoria platônica só os sábios podem governar enquanto que no sistema democrático todo cidadão pode governar o Estado, desde que seja a vontade da maioria cidadã o que para Platão é algo inadequado, pois sendo arte de governar coisa de difícil execução somente os habilitados poderiam executar, ou seja, só os filósofos podiam assumir destacada função. Observamos portanto um projeto aristocrático de poder, ainda que de sábios, este chocava -se com os ideais democráticos. Platão considerava ainda que a democracia assim como outras formas de governo poderia degenerar -se e no caso democrático tal processo poderia fazer surgir a demagogia, isto ocorre quando o poder está nas maõs do povo, daí o temor do filósofo devido ao mesmo julgar os populares e todos aqueles que não eram sábios incapaz. Mas Platão não foi o único que criticou a democracia, Aristóteles também teceu considerações sobre o sistema democrático, este foi discípulo de Platão mas logo tornou -se crítico de seu mestre criando um sistema próprio influênciado pelo viés biológico ao contrário do platônico que era matemático e que explica as famosas classificações aristotélicas, críticou a utópia de seu mestre que considerava algo autoritario, de realização desumana, rejeitando portanto a sofocracia de Platão devido a hierarquização da sociedade. Segundo Aristóteles a função da política é organizar a cidade feliz, daí o sistema aristotélico não separa a ética da política, nem a justiça da amizade. A philia(amizade em grego) significa portanto a concordância em torno de um denominador comum que venha atender idéias e interesses comuns, isso faz Aristóteles dar importância extrema a educação, pois esta formaria individuos dotados de philia exercendo um companheirismo que viria a promover o bem comum, sendo portanto os cidadãos amigos entre si teriamos uma cidade justa, pois segundo o estagiarita philia e justiça caminham juntos fundamentando a unidade da cidade, pois a mesma é a associação de homens iguais, portanto é a justiça que garante a igualdade, segundo o filósofo justo é aquele que toma parte daquilo que lhe pertence e distribui o que é de direito aos demais. Em face disto a justiça aristotélica era distributiva e meritória não podendo dar de forma igual para individuos desiguais, contrariando portanto o princípio democrático aonde todos são iguais desde que seja cidadãos, o estagiarita valorizava tanto as leis escritas quanto as consuetudinárias, pois para o filósofo: "Com efeito, de nada serve possuir as melhores leis, mesmo ratificadas pelo corpo de cidadãos, se estes últimos não estiverem suibmetidos a hábitos e a uma educação presentes no espírito da constituição". Podemos perceber que os princípios democráticos chocavam -se com o ideal aristotélico em diversos pontos, pois na democracia todos tem direitos iguais aos bens produzidos pela sociedade independente do mérito particular de cada um, justiça não era um consenso amistoso mas sim a vontade da maioria independente de grau de instrução ou de amizade, entretanto mesmo com a noção de philia sendo base para o funcionamento ideal da polís( cidade em grego) o sistema aristotélico também não abre espaço para escravos, estrangeiros e mulheres, tal qual como no sistema democrático, porém nem todo o homem livre era cidadão no sistema do estagiarita, para este o individuo participaria de acordo com as necessidades e exigências de cada cidade - estado. Deste modo estava excluídos da cidadania no sistema aristotélico os artesãos, comerciantes e trabalhadores braçais, primeiro porque a ocupação destes individuos não permite o ócio, isto é, tempo necessário para a participação na política, segundo porque mantendo o despreso que os antigos tem pelo trabalho manual o filósofo argumentava que o trabalho embrutecia a alma tornando o sujeito participante de tais atividades incapaz de uma virtude esclarecida, além disso o mesmo argumentava que os escravos eram necessários, pois era necessários que uns pensem e outros trabalhem e existindo a escravidão o cidadãos seriam liberados para o exercício da cidadania e mais, estes escravos deveriam ser bárbaros evitando assim escravizar concidadãos, isto era inimaginável em alguns aspectos no sistema democrático da polís gregas, pois nestas as classe descartadas por aristóteles faziam parte do corpo de cidadãos, exceto trabalhadores braçais que em sua maioria era escravos, e não apenas uma fração da sociedade considerada cidadã como no sistema aristotélico, portanto segundo Aristóteles nem os livres poderiam logo ser considerados cidadãos, mas deveria está enquadrado em determinadas exigências da cidade da qual fizesse parte, também considerava que a democracia ao contrário da idéia de ser o governo de todos era na verdade a degeneração da politéia, esta sim a forma perfeita segundo Aristóteles, o mesmo via a democracia como algo imperfeito devido ao fato de ser o governo da maioria pobre em detrimento da minoria rica, enquanto que a politéia era a forma correta. Em face disto fica claro que o estagiarita percebendo a tensão entre ricos e pobres constata que o seguimento melhor qualificado para exercer o poder seria a camada média, pois esta não era nem rica e nem pobre e que possuia condições de virtudes necessárias para uma política estável tanto que deixa claro isto em uma máxima:" Onde a classe média é numerosa raramente ocorrem conspirações e revoltas entre os cidadãos". fica claro que em termos de concepção a teoria platônica é muito mais ácida em relação a democracia do que o sistema aristotélico, haja vista que no sistema de Platão só os sábios são capazes de governar enquanto que em Aristóteles desde que o individuo seja educado para o exercício da philia para com seus concidadãos este desde já é habilitado para o exercício da administração da coisa pública, entretanto sem a exigência platônica de ser um sophos(sábio em grego), portanto era mais próximo da democracia do que o sistema de Platão. O sistema democrático por sua vez também ao longo do tempo absorveu muito do que Platão e Aristóteles falaram em seus sistema filosóficos, entretanto fica evidente que em ambos a influência aristocrática se faz presente, pois em ambos frações da sociedade ficam excluídas da ciadadania e nem podem participar da coisa pública e da admistração da polís, depois da conquista macedônia as cidades-estados gregas caíram nas mãos romanas e nunca mais o ideal democrático teve espaço no mundo antigo e somente nos idos do século XVIII da era cristã que o espectro democrático ressurge na figura de Jean Jacques Rousseau, mas isso é papo para o 4º ato.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dossiê democracia: 2º ato - As origens.

Márcio C. Almeida
Historiador
" A constituição que nos rege nada tem a invejar aos outros povos; serve a eles de modelo e não os imita. Recebe o nome de democracia, porque o seu intuito é o interesse do maior número e não de uma minoria. Nos negócios privados, todos são iguais perante a lei; mas a consideração não se outorga senão aqueles que se distiguem por algum talento. É o mérito pessoal, muito mais do que as distinções sociais, que franqueia o caminho das honras. Nenhum cidadão é impedido de servir à pátria é impedido de fazê - lo por indigência ou por obscuridade de sua condição. Livres em nossa vida pública, não pesquisamos com curiosidade suspeita a conduta partticular dos nossos cidadãos... Somos cheios de submissão às autoridades constituídas, assim como leis, principalmente as que têm por objetivo a proteção dos fracos e as que, por não serem escritas, não deixam de atrair àqueles que transgridem a censura geral... Ouso dizê - lo, Atenas é a escola da Grécia." ( a oração dos mortos - Péricles)
A oração acima foi feita por Péricles, este foi governante da cidade de Atenas no periodo de maior esplendor, nesta oração a democracia ateniense é exaltada frente aos outros povos e seus respectivos governos, mas como que a Democracia surgiu na Grécia antiga numa época em que as Monarquias eram muito mais comuns no mundo antigo de maneira geral, em primeiro lugar as cidades estados gregas passaram pelo seu período de realeza ou Monarquia, entretanto na virada do século V.I para o V a.C, com excessão de Esparta que era uma polís oligarca, todas as outras cidades do mundo grego tornaram -se democráticas, para explicarmos o surgimento da democracia na Grécia antiga utilizaremos o modelo ateniense, este o mais bem acabado de Democracia no mundo antigo. Assim como as outras cidades Atenas passou pela realeza como forma de governo e o poder neste período pertencia ao Basileu( Basileus). Durante o período arcaico a nobreza eupátrida se fortaleceu e tomou o poder limitando o poder do basileu, com isso ocorre a passagem da realeza para o arcontato, com a participação de Atenas na segunda diáspora ocorre um crescimento na produção e no comércio o que fez surgir uma camada média, somado a isso as importações a baixo preço arruinou os produtores locais(georgoi), logo atenas entrou numa crise que levou- a uma luta interna entre o demos e os eupátridas(aristocratas) que tinham as seguintes posições: o demos queria o fim da escravidão por dívida e redestribuição de terras e os eupátridas se recusava a fazer tais concessões, a partir desta crise socio - política surgiu a possibilidade da Democracia. Antes surge duas figuras importantes no processos os legisladores e os tiranos.
Os legisladores passaram a governar a cidade de Atenas devido ao temor por parte dos atenienses de uma guerra civil, este nomeados pelos mesmos tinham plenos poderes para realizar as reformas e solucionar a crise pela via pacífica, entretanto as reformas não agradaram os eupátridas e também não contentarm o povo por completo o resultado foi novas revoltas populares organizada pelo demos e a consequência foi a troca dos legisladores pelos tiranos. Os legisladores mais célebres foram Drácon, este arconte eupátrida ficou conhecido pelas leis severas que criou, que ficaram conhecidas como leis draconianas devido a extrema severidade o outro legislador célebre foi Sólon, este poeta, aristocráta por nascimento, mas cujo a fortuna a família arruinou, enriqueceu como comerciante, daí ser conhecedor dos anseios de ambas as partes. Em face disto Sólon tentou resolver os problemas sem desagradar aos aristocrátas ao mesmo tempo que atendia os interesses do demos, entretanto o mesmo falhou nesta empreitada, mas suas idéias serviram de base para o surgimento pleno da democracia, primeiro Sólon mudou o critério para ser cidadão, este era baseado no nascimento passou a basear -se na riqueza, outra mudança foi a divisão em quatro classes a sociedade ateniense, as duas primeiras participavam do arcontato e do areópago, criou a bulé(conselho dos 500) que tinha participantes das três classes e a última composta pelos individuos de menor renda participaria da eclésia(assembléa geral) e da heliéia.(tribunal ateniense). A tirania na Grécia antiga significava "aquele que conquistava o poder pela violência", Portanto a tirania era o governo que eram exercido de forma oposta a tradição, o principal tirano foi Psístrato que chegou ao poder através de uma insurreição popular, apoiado pelo demo fez a reforma agrária e limitou o poder dos nobres foi sucedido pelos seus filhos que não deram continuidade nas reformas perdendo apoio popular, Hípias um dos filhos de Psístrato foi deposto pelos espartanos que apoiava os eupátridas, entretanto uma nova insurreição do demos findou a reação eupátrida e trouxe Clístenes ao poder, este foi o pai da democracia, pois completou o trabalho iniciado por Sólon e Psítrato implantando o regime democrático. Dividiu a população em dez tribos cada uma enviava 50 representantes para a bulé cujo número aumentou para 500 integrantes e cada tribo exercia o poder um mês, daí dez tribos pois o ano grego tinha dez meses e todo cidadão ateniense participava da eclésia, criou o ostracismo que era a condenação daqueles que conspiravam contra a democracia e foi findada a escravidão por dívida. Entretanto o regime democrático foi restrito pois os estrangeiros, os escravos e as mulheres não eram considerados cidadãos, portanto apenas um grupo seleto de pessosas eram de fato cidadãos da pólis, mas estes tinha cidadania plena, somado a isso existia o fato da democracia ser sustentada pela escravidão que pouco a pouco substitui o escravo oriundo das dívidas pelo os vindos guerra e o apogeu da democracia ateniense foi no século V a.C conhecido como o de Péricles. Podemos perceber que a democracia surgida na Grécia foi excludente no tocante aos que não eram considerados cidadãos, tal pespectiva ocorreu em praticamente todas as pólis gregas, exceto Esparta que era regida por uma oligarquia, mas a democracia tinha seus críticos e os dois mais importantes foram ninguém menos do Platão e Aristóteles mas isso é papo para o 3º ato.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Dossiê democracia: 1ª ato - panorama geral.

Márcio C. Almeida
Historiador
O objetivo deste trabalho é levar ao conhecimento de todos o desenvolvimento daquilo que chamamos de Democracia, desde suas origens na Grécia passando pelo movimento iluminista no século XVIII até os dias atuais, voltado para estudantes em particular e o grande público de maneira geral tenho pretensão de trazer para o público tudo aquilo que fez parte da construção da idéia democrática ao longo da história, inclusive desconstruindo alguns mitos criados em torno do sistema democrático, espero que este trabalho contribua para o aumento do conhecimento de todos aqueles que tiverem a oportunidade de ler o presente trabalho.
A definição do conceito de democracia que vamos usar aqui neste trabalho é baseado no manual do professor elaborado pelos professores Aquino, Oscar e Maria Emilia, a palavra democracia é fruto da fusão de dois vocábulos gregos: demos, que quer dizer povo, e kratos, que significa autoridade, governo. Etimologicamente democracia significa sistema político que o povo governa. Foi na Grécia Antiga, em atenas que foram colocadas as primeiras noções e formas de vida democráticas, foi no fim do século V.I a.C que reformas políticas realizadas estabeleceram normas democráticas para o preenchimento dos cargos políticos, através do voto dos cidadãos e do princípio de que o povo discutiam e votava tudo, decidindo todas as questões concernentes ao funcionamento da República Ateniense. Entretanto na democracia ateniense os escravos, as mulheres e metecos(estrangeiros), que eram a maioria da população de Atenas permaneciam à margem dessas assémbléias e magistraturas governamentais. A partir do século XVIII o ideal democrático ganha força, sobretudo com filósofo suíço radicado na França Jean Jacques Rousseau(1712-1778), cuja obra principal foi o contrato social. esta obra foi a conjunto de idéias que opondo -se o absolutismo monárquico autoritário, forjou as bases da democracia moderna.
Progressivamente as sociedades capitalistas não dependentes adotaram princípios democráticos entre os quais o sufrágio universal, divisão de poderes do governo(executivo, legislativo e judiciário), constituição e garantia das liberdades individuais. Nas democracias atuais as sociedades capitalistas tornou -se inviavél exercer o poder de forma direta como fazia os antigos gregos ou como imaginava Rousseau, o sistema democratico dos nossos dias são representativos, isto é, os governantes e parlamentares são eleitos pelo povo e o representam no parlamento, assembléias e etc. Segundo Abraham Lincoln(1809-1865) "a democracia é o governo do povo, pelo o povo e para o povo". No século XX assistimos a multiplicação dos estados socialistas principalmente após a 2ª G.M, denominados como democracias populares afirmavam que eram o regime social que realmente as massas trabalhadoras tinham acesso livre e direto ao poder e que a igualdade política e jurídica não fazia sentido sem a econômica, tal afirmação era uma crítica direta a democracia da sociedades capitalistas que ao longo do tempo passaram a defender somente os interesses da burguesia, entretanto as democracias ditas populares mostraram as suas contradições, principalmente no que diz respeito a questão do monopartidarismo frente ao multipartidarismo Rosa Luxemburgo filósofa e revolucionária alemã afirmava que havia incompatibilidade entre democracia e monopartidarismo. Após o ocaso do mundo soviético e o fim das democracias populares no leste europeu o que temos hoje é o modelo que cujas as bases estão forjadas em Rousseau e que no limiar do século XXI está vivendo um grande impasse, sendo a democracia o sistema que tem por objetivo final proporcionar o bem comum a todos não consegue atingir seus objetivos principalmente nos países perifericos, pois como diz Paulo Arantes filósofo da USP( universidade de São Paulo) "as constituições atuais são meros acordos econômicos", valendo portanto a crítica feita pelas democracias populares, estas de base socialista quando afirmam que igualdade jurídico - política nada significa se não houver a isonomia econômica. Bom, este foi o início do dossiê democracia ao longo dos textos iremos trabalhar os diversos aspectos que fazem parte da história deste sistema.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Carnaval

Mais um carnaval chegou novamente veremos mulatas, modelos aproveitadoras em busca dos seus 15 minutos de fama e de um possível nu "artístico" numa revista masculina, constataremos mais uma vez a redução gradativa dos inventores das escolas na avenida do samba, ou seja, os negros, mas não é deste carnaval prostituído que quero falar, mas interessante é o de rua, espontâneo, autêntico, emfim a festa popular aonde Dionísio é celebrado com alegria, local pertencente a deusa loucura.Neste momento as transgressões sadias são permitidas, é quando o rei vira plebeu e este vira monarca, onde o político, quem diria! fica honesto, este é o local que o trabalhador simples com seu isopor vende aquela cerveja gelada que espanta o calor, a mulata rebola com louvor e gozado é ainda a única expressão democrática de fato. Portanto que possamos brincar este e todos os outros carnavais com paz e alegria e claro usando muita camisinha, pois prevenção é fundamental para a saúde do folião, então bom carnaval para todos.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Quatorze filmes históricos para pensar.

1- O nome da rosa: Baseado no livro Umberto Eco, este filme é muito interessante, pois mostra como era a igreja e por extensão o mundo medieval no período conhecido como baixa idade média, além disso, tem como pano de fundo a luta entre Imperador Ludovico da bavieira e o papa João XXII, também mostra a origem daquilo que mais tarde chamariamos de crise do século XIV.
2- Artur: este filme é uma produção inglesa, esta foi muito feliz na produção desta obra cinematográfica, pois espurgou todo o caráter mágico que existe em torno da lenda de Artur, mostrou com maestria os últimos resquiscios de dominação romana, a influência da igreja católica, o conflito com as religiões locais e principalmente as lutas entre as tribos bárbaras na alta idade média.
3- Gladiador: este filme é excelente para termos uma idéia de como era o império romano, ambientado no início do baixo império durante o fim do governo de Marco Aurélio o filósofo e o início do governo de seu filho Cômodo mostra como funcionava o senado romano, a luta pelo poder, o início da pressão bárbara nas fronteiras e claro as lutas de gladiadores.
4- 300 de Esparta: Filme muito interessante, pois fala da cidade que tinha o melhor exército grego do antiguidade, além de mostra como era uma cidade estado grega, suas instituições, além do filme está ambientado no período das guerras greco - pérsicas(médicas) que foi o divisor de águas na história grega.
5- A morte do rei: este filme mostra a luta na Inglaterra pelo fim do absolutismo aonde puritanos liderados por Oliver Crowell conseguem derrubar o monarca absoluto inglês, este filme retrata o momento da tomada do poder na Inglaterra por parte da burguesia inglesa. excelente filme.
6- O conde de monte cristo: este filme mostra como a Europa pós - napoleônica desenvolveu -se dentro do capitalismo, baseado na França mostra tanto o aburguesamento da aristocracia quanto a aceitação aristocrática de elementos não nobres nos círculos sociais. imperdível.
7- Círculo de fogo: Neste filme poderemos analisar os efeitos da guerra no lado russo, ele é ambientado na batalha de Stalingrado, batalha esta que mudou os rumos da segunda guerra mundial. execelente filme.
8- Resgate do soldado Ryan: este filme mostra o lado ocidental da guerra é ambientado no período do desembarque da Normandia na França dominada pelos nazistas, ilustra bem como foi a guerra no ocidente e como os soldados e a população viviam a guerra. ótimo filme.
9- A queda: mostra a destruição e a derrota do reich alemão na 2ª G.M, além disto mostra toda agonia das pessoas que acreditavam no nazismo e como a crença numa ideologia pode levar a atitudes irracionais. imperdível.
10- Olga: filme baseado na biografia de Olga Benário Prestes mostra a militância socialista no mundo no início do século XX, além disso mostra a perseguição aos socialista após a crise de 29, retrata a mal sucedida intentona comunista de 35, o governo Vargas antes do estado novo em 37, a perseguição nazista aos judeus, comunistas e etc, também mostra os campos de concentração. filme muito ilustrativo. bom filme.
11- Diário de motocicleta: filme que retrata a vida de Che Guevarra, mostra todo o desenvolvimento intelectual,humanístico do médico que iria se tornar símbolo da revolução na América latina. bom filme.
12- Batismo de sangue: Filme que retrata a vida de frei Tito perseguido durante a ditadura militar, além disto mostra como funcionava a repressão durante o governo militar no Brasil, com certeza um dos períodos mais sombrios da história do Brasil. Imperdivel.
13- Fomos heróis: filme de Mel Gibson retrata o início do conflito no Vietnan mostrando toda crueldade da guerra e o conflito pessoal dos soldados que setavam lutando no front, deixa claro como uma questão que era francesa tomou proporções inimagináveis. imperdivel.
14- Fantasmas de Abul Grabi: Filme relata toda crueldade da guerra do Iraque comandada por Bush e seus cawboys do pentágono, mostra o tratamento desumano que é dado aos prisioneiros de guerra, além de todo caráter falacioso e sujo do conflito desencadeado pelo presidente americano. imperdível.

Tipos distintos

A leitura do texto "os escritores" do célebre pensador alemão Artur Schopenhauer provocou uma reflexão acerca dos tipos de cristãos que observamos nas igrejas existentes,seja católica, protestantes ou pentecostais. Em relação ao tipo de escritores o filósofo cita três tipos, os que escreve livros plagiários, subjetivos e os originais, dentro das igrejas podemos detectar cristãos de diversos tipos, o primeiro é o mais comum, trata -se daquele cristão que aceita tudo que as instâncias superiores da hierarquia eclesiástica decreta como correto, verdadeiro e etc. Este tipo aceita uniteralmente as decisões vindas de cima, sem o mínimo de reflexão acerca das consequências que as mesmas tem para sua vida, tanto no sentido eclesial, quanto social, a justificativa para este tipo de conduta é que este indivíduos são tementes a Deus e obedientes à igreja a qual pertence, este tipo é bem vindo na medida em que este não questiona ou contesta o status quo estabelecido. O segundo é um indivíduo que procura agir de acordo com os ensinamentos oficiais da igreja, quando contesta é no sentido reacionário, pois recusa avanços que possibilite a modernização, coisas como maior participação do povo nas celebrações, maior autonomia nas questões de fé entre outras coisas são repudiadas por este tipo de cristão, em suma, é daquele que acha que toda mobilização deve ser tutelada pela hierarquia eclesiástica e que toda ação de vanguarda leva a um desapego a pontos fundamentais do cristianismo. Este cristão também é bem visto por setores mais conservadores da igreja, pois ele serve de contra - ponto em seguimentos religiosos mais, progressitas, humanistíco e etc. Também é um legitimador do status quo em correntes mais conservadoras das igrejas.
O terceiro tipo é aquele cristão que mediante apreensão de um vasto conhecimento sobre o cristianismo procura confrontar o mesmo com o saber laico, este cruzamento provoca uma reflexão profunda que leva este cristão a ter uma atitude crítica, em relação a igreja e a sociedade que vivemos, indivíduos deste tipo não são bem vindos nas igrejas devido a serem contestadoras da ordem vigente na sociedade e do status quo estabelecido nas igrejas, passa a ver o cristo aonde as pessoas não querem ir(penitenciárias, periferias, áreas carentes e etc). lamentavelmente é o tipo menos comum nas igrejas, pessoas que visam a transformação integral do ser humano, que contestam uma alienação disfarçada de obediência, em suma, procurando seguir a ética de Jesus que propunha um novo homem e uma nova mulher, portanto outra humanidade. Esta reflexão leva a todos nós a um olhar profundo sobre a nossa conduta na igreja e por extensão na sociedade, em qual arquétipo estamos sendo refletidos? somos a síntese dos três? cabe a cada um buscar a própria resposta, esta que deverá ser fruto de uma profunda reflexão e creio que a partir desta meditação fecunda surgirá um novo cristão, consciente da sua importãncia para construção de uma nova humanidade, cujo a gênese é a prposta de Jesus.

Quem Eu sou!

Olá, sou Márcio, professor de história e amante da sabedoria, criei este blog com o objetivo de partilhar com os meus alunos e amigos um pouco do meu conhecimento histórico e filosófico acerca das coisas, também pretendo transformar este veículo de comunicação em bastião permanente de manifestação em defesa dos excluídos desta sociedade neoliberal, injusta e desprovida de qualquer humanidade. Portanto sejam todos bem vindos neste blog e que os mesmos sejam philosophos(amantes da sabedoria), pois como dizia o filósofo pré - socrático Pitágoras " A sabedoria pertence aos deuses, cabe a nós admira - la e tentar aprende- la." Um abraço a todos.

Dez livros que todo ser humano deveria ler

1- O nome da rosa; Umberto Eco.
2- O banquete; Platão.
3- A política; Aristóteles.
4- O elogio da loucura; Erasmo de Roterdam.
5- O despertar da águia; Leonardo Boff.
6- O triste fim de policarpo quaresma; Lima Barreto.
7- O crepúsculo dos idolos; Friedrich Nietzsche.
8- Don casmurro; Machado de Assis.
9- A origem da desigualdade do homens; J.J Rousseau.
10- O manifesto comunista; Karl Marx.

* Existe muitos outros livros interessantes para serem lidos, entretanto estes dez particularmente caso sejam lidos provocará uma revolução em suas vidas. um abraço.