sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Catarse Moribunda

Logo após o termino do dia do trabalhador foi anunciada a morte daquele que deu mais trabalho ao longo de uma década ao serviço de inteligência dos EUA, ou seja, Osama Bin Laden, líder da rede intitulada pelo ocidente de terrorista Al Qaeda, vale lembrar que o Hamas e hezbollah também são chamados de grupos terroristas apesar dos dois participarem como partido políticos nos parlamentos da autoridade palestina e do libano respectivamente. Entretanto, os EUA precisava saciar a ideologia do medo em sua sociedade e por extensão pelo mundo, pois a mídia internacional e em particular no Brasil corroboram tal linha de raciocínio, tentando inclusive colocar Osama Bin Laden como inimigo número um da sociedade mundial.

Primeiro Bin Laden era inimigo dos estadunidenses e dos paises que apoiavam os mesmos, segundo o líder morto da Al Qaeda foi o fator de desencadeamento de todo um processo que culminou nas invasões do Iraque e do Afeganistão em busca de interesses claramente econômicos. Em face disto fica claro que imagem de jovens estadunidense comemorando a morte do saudita foi, no mínimo, bizarra, pois o governo dos Estados Unidos promove aquilo que chamamos de terrorismo de estado e em nenhum dos paises invadidos vemos pessoas comemorando a morte dos soldados dos EUA, pois ali são pessoas que muitas vezes estão no exército estadunidense porque não tiveram oportunidade de trabalharem em coisa melhor, pois os soldados americanos em sua maioria são das áreas empobrecidas dos EUA, em face disto o que estava em jogo era os interesses dos EUA em termos financeiros, era necessário ter o controle dos poços petróleo no oriente médio, legitimar a posição americana na região.

Em face disto a celebração da morte feita pelos americanos e que parte da mídia mundial e em particular no Brasil tenta colocar como expressão de patriotismo americano, que foi a mais mórbida catarse de uma sociedade, muito parecida inclusive com o que ocorreu no Brasil com filme tropa de elite I e particularmente no Rio de Janeiro com a ocasião das invasões dos complexos da penha e do alemão aonde a sociedade queria que as forcas de segurança elimina – se aqueles bandidos que corriam pela estrada de terra em fuga a uma comunidade vizinha, podemos perceber que em ambos os casos o desejo de sangue, vingança, esta implícito em ambas as situações e no entanto não se atenta para as questões fundamentais, a invasão ao Afeganistão, Iraque, irão continuar, não sabemos, outra questão e a posição estadunidense quanto a questão palestina ira mudar, também não sabemos, em suma a morte de Osama não muda a realidade, mas traz para o nosso combalido ocidente mais incertezas.

Sonhos e realidades educacionais

A pratica docente proporciona as mais variadas experiências para aquele que se encontra à frente de uma turma, portanto o ato de lecionar exige do mesmo um pleno e continuo processo de aprimoramento e conhecimento e não um mero treinamento como muitos pseudoespecialistas em educação gostam de dizer por ai, isto pelo fato dos mesmos tem espaço na mídia e estas defendem um ponto de vista calcado no fator econômico em que a otimização dos custos esta em primeiro lugar, entretanto temos nas diversas políticas de cunho neoliberal a prova do fracasso, como a famigerada política de bônus, esta que fracassou no EUA que e a nação mentora deste modelo de política educacional e mais recentemente no estado de São Paulo que foi feito um levantamento dos resultados e mostrou que os mesmos foram mais baixos do que os obtidos em 2007, ano em que não haviam ainda introduzido este sistema de bônus que foi decantado como o que existia de mais moderno em termos de política educacional, em ambos os casos, fica claro o fracasso retumbante deste processo, por um motivo muito simples, primeiro escola não é uma fabrica aonde temos uma produção em série, padronizada, pois para que tal coisa aconteça, seria necessário uma padronização curricular tendo por objetivo engessar, tolher, retirar a autonomia e desconsiderar as diversas realidades sociais, culturais e econômicas referentes ao universo escolar.

Segundo é necessária uma constante atualização do profissional da educação, pois o professor é aquele que precisa estar constantemente atualizado com a realidade social que o cerca, familiarizado com as novas mídias e acima de tudo o professor precisa ser um intelectual por excelência, aquele que debate sobre as diversas faces do saber, particularmente vejo o professor como o escolástico medieval, entretanto adequado ao mundo moderno, pois temos como função se não acabar, pelo menos minorar os preconceitos, discriminações, segregações e etc que existe lamentavelmente em nossa sociedade, portanto não será com políticas educacionais que visam apenas o fator econômico e principalmente que não investe naquele que e sem sombra de duvida o protagonista do processo, ele mesmo aquele que pelo fato de ensinar por diversas vezes encontrou a morte e isto a historia esta ai para mostrar, ou seja, o professor a figura fundamental neste processo, o tempo passa, as demandas mudam, o mundo tecnologicamente avança, mas o professor esta sempre na posição de protagonista, em face disto e particularmente no Brasil precisamos dos professores o mais bem preparados possível, pois temos a tarefa secular de incluir, de transformar em cidadãos todos os brasileiros, temos que colocar todas as crianças que num primeiro olhar imaginamos um futuro sombrio para as mesmas, temos que dar a oportunidade de mudança para aquele trabalhador que por toda vida teve negado o mundo encantado das letras, pois que lê tem um mundo em suas mãos e como diria o celebre filosofo Platão “bom seria uma nação aonde tivesse como governante um filosofo ou que filósofos fosse os seus cidadãos”, não queria tanto, mas ficaria muito satisfeito em ter cidadãos cônscios de seus direitos e principalmente de seus deveres com a cidade, o estado e o pais.

Portanto acredito que a educação e algo para poucos, não como uma outra profissão qualquer, não e um mero ato de prestar serviço, cumprir um horário e voltar para o lar, quase tudo que uma pessoa comum tem como lazer para o professor direta ou indiretamente e trabalho, teatro, cinema, um bom show musical, um jornal e etc e necessário para que o professor esteja a par das noticias acerca da cidade, do estado e do pais, portanto o professor deveria ser o elemento mais importante para a formação de uma nação desenvolvida, dada a importância da educação para a transformação de um aglomerado de pessoas numa vasta extensão territorial em um pais. Em face disto fica claro que a valorização do profissional e de suma importância para o desenvolvimento contínuo da nação e a mesma não pode falhar nesta tarefa fundamental e de importância impar em nossa historia.


Músicas e imagens para refletir II

Mais um som daqueles

Música: Senhor da Guerra

Banda: Legião urbana

Músicas e imagens para refletir I

Estas era do tempo em que a música primava pela qualidade, bem diferente dos dias atuais.

Música: cartas aos missionários banda: uns e outros


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estética e Erotismo


Recentemente navegando pela web fui arrastado para uma discussão inusitada, internautas não estavam gostando da capa da última de uma renomada revista, pois achavam que a mesma estava muito robotizada, realmente observando a pessoa em questão digamos que a mesma estava muito “musculosa” a modelo em questão chama –se Gracyanne Barbosa, esposa de um cantor famoso do mundo do pagode, isto despertou a reflexão deste texto, pois podemos estar assistindo uma mudança estética em nossa cultura.

Nós brasileiros gostamos de mulheres de corpos volumosos, não é a toa que mulheres como Viviane Araújo, Cléo Pires e outros volumosas povoam as mentes masculinas e ainda que muitos não saibam, pois isso é fruto de um longo processo estético, proporcionam um deleite erótico, faça o teste se você estive numa praia, pensem quais mulheres os homens são flagrados dando uma deleitosa observada, não na magrela exposta, mas sim na popular “popozuda” pois esta detém os dotes físicos que nos remete ao antigo mito da “morena mourisca” que foi introduzido em nossa cultura pelos portugueses, este que quando chegaram aqui no Brasil transferiram este mito para as mulheres indígenas e na seqüência do processo de dominação para a mulher africana dona de dotes para lá de avantajados, tal construção cultural enraizou –se em nosso povo, daí a reclamação de muitos internautas de que a modelo em questão não estava agradando, pois bem este novo paradigma de beleza está fazendo com que as mulheres brasileiras entrem num verdadeiro espiral de tortura, pois querem se adequar a um padrão estético que culturalmente não é nosso, algumas como no caso da modelo em questão beira a proximidade com fisiculturismo, quando na verdade beleza é algo cultural e a mesma portanto é heterogênea e não homogênea.

Esta realidade mostra que o nosso Eros não está aceitando determinado padrão estético, pois afronta o nosso que é uma herança cultural dos povos que nos constituíram, em face disto é preciso maior equilíbrio, entre aquilo que agrada si e a imposição estética que no fundo é uma imposição cultural.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A importância do Passado.

Márcio Almeida - professor e escritor.

O brasileiro é acusado de ser um povo sem memória, recentemente lecionando numa das minhas turmas ouvi a célebre pergunta “para quer estudar história¿” fiz a seguinte indagação, “quem aqui lembra um presente recebido aos dez anos de idade?” ninguém respondeu, ai fiz a seguinte colocação, aos dez anos recebi uma enciclopédia da minha mãe, anos mais tarde sou professor e tenho o hábito da leitura como algo de suma importância em minha vida, quem aqui lembra do primeiro lápis? sem ele ninguém aprenderia a escrever, a verbalizar num papel o que aprendeu, portanto o passado é de suma importância para uma sociedade, pois quem controla o passado tem o poder em suas mãos, pode inclusive jogar com mesmo, visando atender ou manter interesses de um determinado grupo.

O controle do passado é estratégico para o domínio de uma sociedade, pois o passado pode ser manipulado, por exemplo, todos dizem que a data oficial, como fala os portugueses, do achamento do Brasil é 22 de abril de 1500, entretanto em janeiro do mesmo ano uma expedição espanhola navegou pela costa brasileira e só não estabeleceram domínio sobre o Brasil, pois desembarcaram entre os estado do Rio Grande Norte e Pernambuco numa região controlada pelo índios “potiguares”, este praticavam a antropofagia, ou seja, devoravam carne humana.

Logo podemos perceber o interesse de se legitimar uma conquista e este fato é pouco abordado em livros de história e ciências humanas em geral, isto é pelo fato de o controle do passado favorece a estratos da sociedade, geralmente aquele que estão no poder, em posição de comando, por isso é necessário criar estereótipos sobre os grupos que estão em posição secundária, marginalizados dentro de uma sociedade é nisto que repousa “rótulos” do tipo índio é preguiçoso, negro é submisso, cigano é ladrão, judeu é pão duro, islâmicos são terroristas e etc. Em em face de compreensão do passado é fundamental para a construção de uma sociedade democrática de fato e não uma democracia formal que continua atendendo os ricos e colocando os demais estratos da sociedade em uma posição submissa, quando os brasileiros entenderem isso vão reduzir muito a célebre pergunta “para que estudar história¿’, mas a luta é árdua até chegarmos a este nível em nossa sociedade.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Que país é esse.

Num país aonde ser corrupto é normal
Devolver o troco, entregar o que foi perdido é
Anormal.

Num país quem tem o sexto PIB do mundo, ser
Analfabeto é normal, anormal é ser ético, ser integro
Ter senso de moral.

Num país onde aposentados, médicos são vagabundos
Bombeiro é vândalo e professor é ser preguiçoso, ser político
Deve ser coisa de mafioso.

Entretanto, certo é uma coisa o Brasil não tem povo, tem platéia
Como diz Lima Barreto, Bestializado como coloca José Murilo
Como sempre digo fazendo papel de bobo, o povo.

( Márcio Almeida)

Prazer e Trabalho

Marcio Almeida: professor e escritor.

Em nossos dias é muito comum, empresas contratarem gurus do mundo executivo para desenvolver técnicas, métodos, para fazer os funcionários, estes trabalhadores de uma empresa produzir mais, estas criam sistemas de bonificações que tentam seduzir o trabalhador a produzir mais, mediante a promessa de uma remuneração extra, entretanto mesmo este expediente tem tido resultados abaixo do esperado. A respectiva realidade surge num momento em que o trabalho é algo totalmente desumano do ponto de vista filosófico, histórico e sociológico.

No primeiro aspecto o trabalho perdeu ao longo de sua história o caráter criativo que era a marca do trabalho humano para se tornar algo torturante, foi retirado toda relação erótica que o homem tem com sua atividade, ou seja, o trabalho, tudo que o homem inventou foi fruto da capacidade criativa e inventiva do homem e não algo determinado pela fábrica ou pelo empregador, logo o prazer do trabalho enquanto atividade artística foi substituída gradativamente pela necessidade da produção e pela mesma desprovida de qualquer objetivo maior.

O segundo aspecto é que ao longo da história o homem de uma maneira ou outra teve uma visão negativa do mesmo, com o advento da modernidade desenvolveu - se um processo de convencimento de que o trabalho era algo positivo, pois em todas as eras após o marco civilizatório o mesmo foi utilizado como ferramenta de diferenciação social, só os desprovidos de posses trabalham arduamente, os senhores são justamente aqueles que invariavelmente comandam os desprovidos dos meios produtivos. O terceiro aspecto é que sociologicamente o trabalho virou ferramenta de alienação do homem de sua capacidade inventiva, passou a ser um individuo autômato, comandado pela fabrica, pela máquina e pela tecnologia no mundo moderno, tirando toda relação de prazer que pudesse existir no trabalho.

Em face disto a relação do homem com trabalho é extremante tensa, conflituosa, violenta, com as pessoas fazendo todo o possível para gozar de mais tempo para o lazer, família, amigos e etc.


Nos dias atuais com a constante competição do mercado de trabalho, necessidade de ganhar dinheiro para impulsionar este ilusório mundo dos sonhos do capital, transforma o trabalho numa tarefa hercúlea, pois individuo precisa sempre ser o melhor, o mais focado, atualizado, informado para num passe de mágica ser convidado a passar no departamento pessoal para ser comunicado de sua demissão, neste momento os indivíduos pensam, tanto esforço em vão, esta entre outras realidades do cotidiano vão deteriorando gradativamente as relações de trabalho pelo mundo, mas os camponeses como os senhores do capital gosta de se referir aos pobres, trabalhadores e etc, estão reagindo e este é o grande medo, mas enquanto tal revolução e ou mudança não ocorre vamos vendo o trabalho ser algo torturante e as relações de prazer oriundas da criatividade humana desaparecer.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desrespeito e desinformação na mídia brasileira





O texto abaixo é dos alunos do curso de letras da Puc - RS e fala com maestria e sofisticação sobre a polêmica criada pela mídia preconceituosa acerca de um livro didático de língua portuguesa aprovado pelo MEC, leiam, pois é um texto riquissimo e esclarecedor.



Por alguma razão escondida dentro de cada um de nós que escrevemos esse texto tivemos como escolha profissional o ensino de língua (materna ou estrangeira). Por algum motivo desconhecido, resolvemos abraçar uma das profissões mais mal pagas do nosso país. Não quisemos nos tornar médicos, advogados ou jornalistas. Quisemos virar professores. E para fazê-lo, tivemos que estudar. Estudar, para alguém que quer ensinar, tem uma dimensão profunda.
Foi estudando que abandonamos muitas visões simplistas do mundo e muito dos nossos preconceitos. Durante anos debatemos a condição da educação no Brasil; cotidianamente aprofundamo-nos sobre a realidade do país e sobre uma das expressões culturais mais íntimas de seus habitantes: a sua língua. Em várias dessas discussões utilizamos reportagens, notícias ou fatos trazidos pelos jornais. Crescemos ouvindo que jovem não lê jornal e que a cada dia o brasileiro lê menos. A julgar por nosso cotidiano, isso não é verdade. Tanto é que muitos de nós, já indignados com o tratamento dado pelo Jornal Nacional à questão do material ‘Por uma vida melhor’, perdemos o domingo ao, pela manhã, lermos as palavras de um dos mais respeitados jornalistas do país, criticando, na Folha de S. Paulo, a valorização dada pelo material ao ensino das diferentes possibilidades do falar brasileiro. E ficamos ainda mais indignados durante a semana com tantas reportagens e artigos de opinião cheios de idéias equivocadas, ofensivas, violentas e irresponsáveis. Lemos textos assim também no Estado de São Paulo e nas revistas semanais Veja e IstoÉ. Vimos o Jornal Nacional colocar uma das autoras do material em posição humilhante de ter que se justificar por ter conseguido fazer uma transposição didática de um assunto já debatido há tempos pelos grandes nomes da Lingüística do país – nossos mestres, aliás.
O jornalista Clovis Rossi afirmou que a língua que ele julga correta é uma "evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras" e que os professores têm o baixo salário justificado por "preguiça de ensinar". Uma semana depois, vimos Amauri Segalla e Bruna Cavalcanti narrarem um drama em que um aluno teria aprendido uma construção errada de sua língua e afirmarem que o material "vai condenar esses jovens a uma escuridão cultural sem precedentes". Também esses dois últimos jornalistas tentam negar a voz contrária aos seus julgamentos, dizendo que pouquíssimos foram os que se manifestaram, e que as idéias expressas no material podem ter sucesso somente entre alguns professores "mais moderninhos". Já no Estado de São Paulo vimos um economista fazendo represálias brutas a esse material didático. Acreditamos que o senhor Sardenberg entenda muito sobre jornalismo e economia, porém fica nítida a fragilidade de suas concepções sobre ensino da língua. A mesma desinformação e irresponsabilidade revelou o cineasta Arnaldo Jabor, em seu violento comentário na rádio CBN.
Ficamos todos perplexos pela falta de informação desses jornalistas, pela inversão de realidade a que procederam, e, sobretudo, pelo preconceito que despejaram sem pudor sobre seus espectadores, ouvintes e leitores, alimentando uma visão reduzida ao senso comum, equivocado quanto ao ensino da língua. A versão trazida pelos jornais sobre a defesa do "erro" em livros didáticos, e mais especificamente no livro ‘Por uma vida melhor’, é uma ofensa a todo trabalho desenvolvido pelos lingüistas e educadores de nosso país no que diz respeito ao ensino de Língua Portuguesa.
A pergunta inquietante que tivemos foi: será que esses jornalistas ao menos se deram o trabalho de ler ou meramente consultar o referido livro didático antes de tornar públicas tão caluniosas opiniões? Sabemos que não. Pois, se o tivessem feito, veriam que tal livro de forma alguma defende o ato de falar "errado", mas sim busca desmistificar a noção de erro, substituindo-a pela de adequação/inadequação. Isso porque a Lingüística, bem como qualquer outra ciência humana, não pode admitir a superioridade de uma expressão cultural sobre outra. Ao dizer que a população com baixo grau de escolaridade fala "errado", o que se está dizendo é que a expressão cultural da maior parte da população brasileira é errada, ou inferior à das classes dominantes. Isso não pode ser concebido, nem publicado deliberadamente, como foi nos meios de comunicação. É esse ensinamento básico que o material propõe, didaticamente, aos alunos que participam da Educação de Jovens e Adultos. Mais apropriado, impossível. Paulo Freire ficaria orgulhoso. Os jornalistas, porém, condenam. Sabemos que os veículos de comunicação possuem uma influência poderosa sobre a visão de mundo das pessoas, atuam como formadores de opinião, por isso consideramos um retrocesso estigmatizar certos usos da língua e, assim, o trabalho de profissionais que, todos os dias, estão em sala de aula tentando ir além da mera repetição dos exercícios gramaticais mecânicos, chamando atenção para o caráter multifacetado e plural do português brasileiro e sua relação intrínseca com os mais diversos contextos sociais.

A preocupação dos senhores jornalistas, porém, ainda é comum. Na base de suas críticas aparece, sobretudo, o medo de a escola não cumprir com seu papel de ensinar a norma culta aos falantes. Entretanto, se tivessem lido o referido material, esse medo teria facilmente se esvaído. Como todo lingüista contemporâneo, os autores deixam claro, na página 12, que "como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário".
Dessa forma, sem deixar de valorizar a norma escrita culta – necessária para atuar nas esferas profissional e cultural e, logo, determinante para a ascensão econômica e social de seus usuários, embora não suficiente –, o material consegue promover o debate sobre a diversidade lingüística brasileira. Esse feito, do ponto de vista de todos que produzimos e utilizamos materiais didáticos, é fundamental. Sobre os conteúdos errôneos que foram publicados pelos jornais e revistas, foi possível ver, após uma semana, as respostas dadas pelos educadores, estudiosos da linguagem e, sobretudo, da variação lingüística, já bastante elucidativas para informar a esses profissionais do jornalismo. Infelizmente, alguns jornalistas não os leram. Mas ainda dá tempo de aprender com esses textos. Leiam as respostas de lingüistas tais como Luis Carlos Cagliari, Marcos Bagno, Carlos Alberto Faraco, Sírio Possenti, além de educadores como Maria Alice Setubal e Maurício Ernica, entre outros, publicadas em diversas fontes, como elucidativas e representativas do que temos a dizer. Aliás, muito nos orgulha a paciência desses autores – foram verdadeiras aulas para alunos que parecem ter que começar do zero. Admirável foram essas respostas calmas, respeitosas e informativas, verdadeiras lições de Lingüística, de Educação - e de atitude cidadã, diga-se de passagem - para "formadores de opinião" que, sem o domínio do assunto, resolveram palpitar, julgar e até incriminar práticas e idéias solidamente construídas em pesquisas científicas sobre a língua, ao longo de toda a vida acadêmica de vários intelectuais brasileiros respeitados - idéias essas que começam, aos poucos, a chegar à realidade das escolas. Ao final de anos de luta para podermos virar professores, ao invés de vermos nossos pensadores, acadêmicos e professores valorizados, vimos a humilhação violenta que eles sofreram. Vimos, com isso, a humilhação que a academia e que os estudos sérios e profundos podem sofrer pela mídia desavisada (ou maldosa). O poder da mídia foi assustador. Para os alunos mais dispersos, algumas concepções que levaram anos para serem construídas foram quebradas em instantes. Felizmente, esses são poucos. Para grande parte de nossos colegas estudantes de Letras o que aconteceu foi um descontentamento geral e uma descrença coletiva nos meios de comunicação.
A descrença na profissão de professor, que era a mais provável de ocorrer após tamanha violência e irresponsabilidade da mídia, não aconteceu – somente por conta daquele nosso motivo interno ao qual nos referimos antes. Nossa crença de que a educação é a solução de muitos problemas – como esse, por exemplo – e de que se trata de uma das profissões mais satisfatórias do mundo continua firme. Sabemos que vamos receber baixos salários, que nossa rotina será mais complicada do que a de muitos outros profissionais, além de todas as outras dificuldades que todos sabem que um professor enfrenta. O que não sabíamos é que não tínhamos o apoio da mídia, e que, pior que isso, ela se voltaria contra nós, dizendo que o baixo salário está justificado e que não podemos reclamar porque não cumprimos nosso dever direito. Gostaríamos de deixar claro que não, ensinar gramática tradicional não é difícil. Não temos preguiça disso. Facilmente podemos ler a respeito da questão da colocação pronominal, passar na lousa como os pronomes devem ser usados e dizer para o aluno que está errado dizer "me dá uma borracha". Isso é muito simples de fazer. Tão simples que os senhores jornalistas, que não são professores, já corrigiram o material ‘Por uma vida melhor’ sobre a questão do plural dos substantivos. Não precisa ser professor para fazer isso. Dizer o que está errado, aliás, é o que muitos fazem de melhor.
Difícil, sabemos, é ter professores formados para conseguir promover, simultaneamente, o debate e o ensino do uso dos diversos recursos lingüísticos e expressivos do português brasileiro, que sejam adequados às diferentes situações de comunicação e próprios dos inúmeros gêneros do discurso orais e escritos que utilizamos. Esse professor deve ter muito conhecimento sobre a linguagem e sobre a língua, nas suas dimensões lingüísticas, textuais e discursivas, sobre o povo que a usa, sobre as diferentes regiões do nosso país e sobre as relações intrínsecas entre linguagem e cultura.

Esse professor deve ter a cabeça aberta o suficiente para saber que nenhuma forma de usar a língua é "superior" a outra, mas que há situações que exigem uma aproximação maior da norma culta e outras em que isso não é necessário; que o "correto" não é falar apenas como paulistas e cariocas, usando o globês; que nenhum aluno pode sair da escola achando que fala "melhor" que outro, mas sim ciente da necessidade de escolher a forma mais adequada de usar a língua conforme exige a situação e, claro, com o domínio da norma culta para as ocasiões em que ela é requerida. Esse professor tem de ter noções sobre identidade e alteridade, tem que valorizar o outro, a diferença, e respeitar o que conhece e o que não conhece.
Também esse professor tem que ter muito orgulho de ser brasileiro: é ele que vai dizer ao garoto, ao ensinar o uso adequado da língua nas situações formais e públicas de comunicação, que não é porque a mãe desse garoto não usa tal tipo de variedade lingüística (a norma culta), não conjuga os verbos, nem usa o plural de acordo com uma gramática pautada no português europeu, que ela é ignorante ou não sabe pensar. Ele vai dizer ao garoto que ele não precisa se envergonhar de sua mãe só porque aprendeu outras formas de usar o português na escola, e ela não. Ele vai ensinar o garoto a valorizar os falares regionais, e ser orgulhoso de sua família, de sua cultura, de sua região de origem, de seu país e das diferenças que existem dentro dele e, ao mesmo tempo, a ampliar, pelo domínio da norma culta, as suas possibilidades de participação na sociedade e na cultura letrada. O Brasil precisa justamente desse professor que os jornalistas tanto incriminaram. Formar um professor com esse potencial é o que fazem muitos dos intelectuais que foram ofendidos. Para eles, pedimos que esses jornalistas se desculpem. E os agradeçam. E, sobretudo, antes de os julgarem novamente, leiam suas publicações. Ironicamente, pedimos para a mídia se informar. Nós somos a primeira turma a entrar no mercado de trabalho após esse triste ocorrido da imprensa. Somos muito conscientes da luta que temos pela frente e das possibilidades de mudança que nosso trabalho promove. Para isso, estudamos e trabalhamos duro durante anos. A nós, pedimos também que se desculpem. E esperamos que um dia possam nos agradecer.
Reafirmamos a necessidade de os veículos de comunicação respeitarem os nossos objetos de estudo e trabalho — a linguagem e a língua portuguesa usada no Brasil —, pois muitos estudantes e profissionais de outras áreas podem não perceber tamanha desinformação e manipulação irresponsável de informação, e podem vir a reproduzir tais concepções simplistas e equivocadas sobre a realidade da língua em uso, fomentando com isso preconceitos difíceis de serem extintos. Sabemos que sozinhos os professores não mudam o mundo. Como disse a professora Amanda Gurgel, em audiência pública no Rio Grande do Norte, não podemos salvar o país apenas com um giz e uma lousa. Precisamos de ajuda. Uma das maiores ajudas com as quais contamos é a dos jornalistas. Pedimos que procurem conhecer as teorias atuais da Educação, do ensino de língua portuguesa e da prática que vem sendo proposta cotidianamente no Brasil. Pedimos que leiam muito, informem-se.
Visitem escolas públicas e particulares antes de se proporem a emitir opinião sobre o que deve ser feito lá. Promovam acima de tudo o debate de idéias e não procedam à condenação sumária de autores e obras que mal leram. Critiquem as assessorias internacionais que são contratadas reiteradamente. Incentivem o profissional da educação. E nunca mais tratem os professores como trataram dessa vez. O poder de vocês é muito grande – a responsabilidade para usá-lo deve ser também.
Alecsandro Diniz Garcia, Ana Amália Alves da Silva, Ana Lúcia Ferreira Alves, Anderson Mizael, Jeferson Cipriano de Araújo, Laerte Centini Neto, Larissa Arrais, Larissa C. Martins, Laura Baggio, Lívia Oyagi, Lucas Grosso, Maria Laura Gándara Junqueira Parreira, Maria Vitória Paula Munhoz, Nathalia Melati, Nayara Moreira Santos, Sabrina Alvarenga de Souza e Yuki Agari Jorgensen Ramos – formandos 2011 em Letras da PUC-SP, futuros professores de Língua Portuguesa e Língua Inglesa.
Formandos do curso de letras – PUC – SP.

Deputados que votaram contra a educação do estado do RJ.

As emendas do Sepe de reajuste salarial de 26% e de incorporação total do Nova Escola para os professores não foram aprovadas pelos nossos digníssimos deputados estaduais.

- Deputados contra a educação:

Alessando Calazans (PMN)
Alexandre Correa (PRB)
André Ceciliano (PT)
André Correa (PMDB)
, André Lazaroni (PMDB)
Andréia Busatto (PDT)
Átila Nunes (PSL)
Bebeto (PDT)
Bernardo Rossi (PMDB)
Bruno Correia (PDT)
Chiquinho da Mangueira (PMDB)
Coronel Jairo (PSC)
Dionísio Lins (PP)
Domingos Brazão (PMDB)
Dr. José Luiz Nanci (PPS)
Edson Albertassi (PMDB)
, Graça Matos (PMDB)
Graça Pereira (DEM)
Gustavo Tutuca (PSB)
Inês Pandeló (PT)
Iranildo Campos (PR)
Janío dos Santos Mendes (PDT)
João Peixoto (PSDC)
Luiz Martins (PDT)
Marcus Vinicius (PTB)
Paulo Melo (PMDB)
Rafael do Gordo (PSB)
Rafael Picciani (PMDB)
Ricardo Abrão (PDT)
Roberto Henriques (PR)
Robson Leite (PT)
Rosângela Gomes (PRB)
Samuel Malafaia (PR)
Waguinho (de B. Roxo) (PRTB)
Xandrinho (PV)
Zaqueu Teixeira (PT).

E os faltosos que faltaram para se omitir:

Dica(PMDB), Cidinha Campos(PDT), Wagner Montes(PDT), Enfermeira Rejane(PT)

-O poder executivo (governo) CONTROLA o poder legislativo (deputados, vereadores), o poder judiciário (juízes) e os meios de comunicação das grandes cidades.

Abra seus olhos povo brasileiro.

Os políticos eleitos do PT, PMDB, PSDB etc governam em causa própria e para os ricos.

Na hora que os professores precisaram desses partidos, seus parlamentares votaram contra os professores"

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Eros ebânico




Todos deleitam - se com
a beleza do negro, mesmo
é como vinho, cada dia mais belo.

Todos deleitam - se com seu viço
cada dia mais vistoso, apetitoso
gracioso e por que não dizer libidinoso.

Todos nos deleitamos com amor, sexo, gosto
canto, encanto,culnária, indumentária e tudo
ligado a África, este eros ebânico.

( Márcio Almeida)

Mãe África



Origem da vida, ventre fecundado
descende de ti, toda a a vida e lógico
toda espécie humana.

logo vós deveria ser venerada
por todos os povos, mas !!!
Infelizmente não é assim.

Desde a antiguidade tentam
de ti desdenhar, mas era
em ti que os deuses ceiavam
segundo o célebre Homero na odisséia.

Tu nos deste a vida, grandes
civilizações, Egito, Núbia e Cartago
que digam! cores, cantos, orixas
Celebram a ti mãe África.

( Márcio Almeida)

Subúrbio Dionisíaco




Quando falamos sobre subúrbio
nos lembramos de carência, desordem
banditismo e etc.

Mas subúrbio é dionisíaco
Por que ser suburbano é ser
Transgressor, fora do padrão.

Subúrbio exprime espontaneadade
liberdade, sensualidade, comensalidade
liberto de amarras.

Subúrbio libidinoso, erótico, fogoso
ser suburbano é ser do povo, é ser democrático
é ser dionisíaco.




( Márcio Almeida)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Greves do magistério pelo Brasil.






Marcio Almeida, professor e escritor.

Atualmente estamos observando um fenômeno no mínimo curioso, praticamente estamos assistindo greves do magistério em todo o Brasil, seja dos professores da educação básica ou superior, portanto estamos vendo uma insurreição dos docentes pelo Brasil, podemos apontar o fenômeno Amanda Gurgel como uma das causas próximas para o espocar de levantes pelo país, entretanto a causa distante e por extensão aquela que provocou toda esta convulsão é o sucateamento que a educação sofreu nas últimas décadas do século XX e na primeira do XXI, principalmente depois da onda neoliberal que passou a tratar a educação como mais uma mercadoria a ser comercializada, conferindo a mesmo a categoria de produto e sendo algo que você pode ter de acordo com aquilo que você possui de renda, isto é algo que vai totalmente contra a noção constituição que garante educação para todos e tem a mesma como direito, entretanto o avanço dos tentáculos do capital em direção ao setor, este que vem representado pela fundação Roberto Marinho, grupo abril, instituto Ayrton Senna, movimento todos pela escola entre outros tem por objetivo implantar a lógica privada na educação aonde a mesma tem que produzir, daí as tentativas de homogeneização curricular, desonsiderando as particularidades de ordem sociocultural, a autonomia docente e principalmente o projeto de longo prazo no qual é pautado a educação.

Em face disto estamos assistindo a uma verdadeira insurreição docente pelo país, pois essa lógica esbarrou na combatividade docente contra estas medidas e os resultados estão sendo vistos na mídia que, diga – se de passagem, vem boicotando sistematicamente as manifestações docentes pelo país, temos como o exemplo a greve dos professores que completou um mês e agora começa a ser melhor acompanhada pela grande mídia, esta clara defensora do grande capital, portanto esta serie de levantes do magistério pelo Brasil não apenas uma luta por salário, mas sim uma luta por melhores condições de trabalho, contra a presença destes empresários da educação, contra a lógica privatista de um ensino básico, privando as classes populares de ter acesso ao que existe demais sofisticado em ter de educação e principalmente terem a oportunidade de escolher.




manifestantes sentados como forma de protesto no RJ









































sábado, 28 de maio de 2011

Greves pelo Brasil





Greves de professores afetam 1,7 mi de alunos em seis Estados


Movimentos em seis Estados mobilizam tanto docentes de redes estaduais de ensino como municipais; categoria pede reajuste salarial

Em pelo menos seis Estados, movimentos grevistas de professores da rede pública estão afetando até 1,7 milhão de estudantes, ao todo, segundo sindicatos da categoria. Cada Estado – ou município, no caso de Porto Alegre – tem reivindicações diferentes e negocia de maneira independente.

Os professores do Amapá entraram ontem em greve (25), por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 16%, contra os 3% oferecidos pelo governo. Na capital Macapá, 90% dos professores teriam aderido.

Em Porto Alegre, a greve chegou ao terceiro dia e afeta 40 mil alunos. A categoria não aceita reajuste de 6,5% em maio e mais 0,5% em dezembro e quer 18%. A prefeitura sustenta que não pode oferecer mais. O Sindicato dos Municipários estima que 90% dos educadores estão parados, enquanto a prefeitura afirma que o índice é de 70%. A categoria diz que a greve só termina se houver nova proposta.

Em Sergipe, os professores da rede estadual entram no quarto dia de paralisação, prejudicando 300 mil alunos. Eles fazem hoje uma vigília na Assembleia Legislativa a partir das 8 horas e, amanhã, um ato público no centro comercial de Aracaju. A categoria recusou proposta de pagamento integral imediato do reajuste de 15,86% para os professores do nível um e a partir de setembro para os demais níveis.

Adesão forte. Em Santa Catarina, onde a greve chega ao oitavo dia, a adesão é de quase 90% (35,6 mil dos 39 mil professores da rede), segundo o sindicato da categoria. Cerca de 600 mil alunos estariam sem aula.

A greve é uma reação à proposta do governo que fixa, por medida provisória, o piso nacional do magistério em R$ 1.187 para docentes que não tinham o valor como salário-base sem a soma de abono. Antes, o mínimo era de R$ 609. Os professores são contra a MP porque ela não acompanharia o progresso de carreira. O governo se recusa a negociar, e os grevistas querem que os deputados rejeitem a MP.

Em Alagoas, onde 350 mil estão sem aula, os professores decidiram prorrogar a greve, iniciada na semana passada, por mais uma semana. Os docentes acusam defasagem de 25% no salário, mas o governo oferece 7%.

Quase um mês. Na Paraíba, 18 mil funcionários de 600 escolas (60% dos profissionais) estão em greve há 25 dias, segundo o sindicato local, afetando as aulas de 400 mil estudantes. Os professores pedem piso de R$ 890 para 30 horas semanais e manutenção das gratificações. Hoje, o piso é de R$ 661. O governo diz que aceita pagar o piso, desde que as gratificações sejam incorporadas.





Fonte: Sinte-SC com informações de O Estado de S.Paulo

terça-feira, 24 de maio de 2011

Levantes contra o Capital




Marcio Almeida - historiador e professor.

Nos últimos anos temos visto uma série de levantes pelo mundo, tendo como pano de fundo a reação aos desmandos do capital, do Cairo a Madri, passando por Londres, Lisboa, Paris e outras capitais da Europa o capitalismo se tornou o grande inimigo destas populações, o mais curioso é que tanto as esquerdas tradicionais, quanto à direita modernizante, transvertida de liberal são vistas como vilãs nesta história toda, o que é algo novo na conjuntura política mundial, pois não observamos tal fenômeno durante boa parte do século XX, entretanto podemos identificar em que momento esta conjuntura que observamos hoje começou a ser criada e temos que retornar aos anos 80 e 90, ou seja, as ultimas duas décadas do século anterior.

O fim do mundo soviético marca o inicio do processo de mutação que os partidos de esquerda iriam sofrer durante os anos 80 e 90, principalmente a última década, momento que marca o apogeu do neoliberalismo, a partir do colapso soviético e por extensão de toda área de influência dos mesmos, ou seja, a região dos bálcãs o socialismo real passa a ser visto como algo fracassado dada a incapacidade do mesmo de competir com o mundo capitalista, em face disto os partidos de esquerda ficaram num beco sem saída, pois perderam a retórica de outrora, isto é, o referencial soviético frente a ao mundo capitalista cristalizado pelos EUA, entretanto outras perspectivas de aplicação do socialismo que foram relegadas a um plano secundário, sendo aplicada em outros lugares e mesmo o welfare State que surgiu a partir do medo das potencias capitalistas européia da onda vermelha que tomava conta do velho continente no entreguerras mostra que era possível se não eliminar, mas pelo menos submeter o capitalismo frente aos interesses do povo. Entretanto as esquerdas tradicionais da Europa seguiram um outro caminho, este que no Brasil também foi adotado pelo PT e era chamado de articulação, este em 2002 levou o mesmo ao poder, a nova orientação das esquerdas foi seguir o canto da sereia do capitalismo.

A partir do momento em que as esquerdas em escala mundial começaram a seguir as orientações neoliberais e que gente do FMI, banco Mundial, entre outros começou a freqüentar os salões dos governos de esquerda a coisa desandou e o resultado é o que vemos hoje, partidos de esquerda que querem reduzir direitos dos trabalhadores em nome dos interesses do capital, transferência das perdas do mercado financeiro para o povo, entretanto o mesmo não partilha os lucros do capital em tempos de bonança, logo a reação pelo mundo frente aos desmandos destes partidos que estão no poder. Em relação à direita e aqui temos que fazer uma pequena distinção, pois trata – se aqui da direita modernizante e não dos grupos ultraconservadores do mesmo espectro político, o fato que mantém os mesmo em sua condição de vilões é que o capitalismo se apresentou como a grande solução para os problemas da humanidade e passado pouco mais de duas décadas do colapso soviético e do socialismo real o mesmo está sendo contestado em todas as partes do mundo, neste mesmo espaço de tempo o capitalismo produziu uma riqueza sem precedentes, entretanto a pobreza aumentou na mesma escala, hoje temos pessoas sendo excluídas da própria exclusão, algo que Zygmunt Bauman chama de refugo e Leonardo Boff de zeros sociais e mais este mesmo capitalismo cantado em verso e prosa pelos poetas do capital tenta acabar com o pouco de direitos que os cidadãos tem em seus paises, logo as reações ocorreram pela Europa e outros paises mundo afora.
Em face disto temos que construir um projeto de mundo alternativo ao que temos e para desespero de alguns que não cometa os erros dos projetos do século XX que mesmo bem intencionados acabaram se tornando ditadura, temos que transformar a democracia em força revolucionaria, de transformação da sociedade em escala global, tirar a mesma da condição de serva do capital, pois nos impõem a democracia liberal como o único caminho democrático a seguir e sabemos que a mesma tem na sua capacidade de transformação constante sua maior força, nela que podemos realizar os ideais humanísticos implícitos no socialismo, na idéia de bem comum aristotélica, enfim aonde podemos plenamente gozar da condição humana, entretanto temos que derrubar os sistema que hoje se encontra no poder, pois a queda do mesmo significa a libertação da humanidade.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Prof: Amanda Gurgel de Freitas.



A senhora esperava toda essa repercussão, no YouTube, com seu depoimento sobre a situação da educação?

AMANDA GURGEL DE FREITAS: Nunca. Eu jamais imaginei que uma situação, que para mim é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. Não tem quem não veja como é a rotina de um professor.

O que a senhora acha que está faltando para mudar a situação do professor?

AMANDA: Posso falar sinceramente: vergonha. Esse caos que existe na educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado, existe uma intenção para que a educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um ofício.

A senhora hoje tem dois empregos, acorda às 5h da manha e passa o dia todo trabalhando. Como é a vida de um professor sem condições até de se qualificar, de ler? Como faz para se atualizar?

AMANDA: Olha, é muito difícil. Para qualquer professor, isso é muito difícil. Então, na nossa categoria, até é importante tocar nesse ponto, nós vivemos uma certa crise de identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia. E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa. Por isso que muitas vezes as pessoas confundem os responsáveis pelo caos e acham que a greve atrapalha os alunos. Na verdade, a greve não atrapalha, justamente por isso, se nós não estivéssemos em greve não teríamos a oportunidade de falar sobre a educação nesse momento, porque estariam todos os alunos dentro da sala de aula controlados pelos professores, que não estariam em condições de ter uma atividade digna, de exercer a atividade docente decentemente, porque as salas são superlotadas, porque as salas são quentes aqui na nossa cidade, porque os professores não têm condições de se atualizarem. Infelizmente, não é dada essa oportunidade para os professores.

A senhora disse que o professor sofre muito de doenças psicossomáticas. A senhora já teve depressão. Como é a saúde dos professores?

AMANDA: Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem ter condições de trabalho dígnas. Frequentemente desenvolvem doenças relacionadas à atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedí-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função. Recentemente, em um consultório, um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. Independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.

Depois do sucesso na internet, a senhora pretende se candidatar a algum cargo político?

AMANDA: Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fossem confundidas com as do partido. Não tenho pretensão política governamental, mas faço política no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.

fonte: O globo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O foda - se de Millor Fernandes



Em homenagem ao grande Millor Fernandes lá vai o texto e fode -se!!!!!!!!!!!!

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo?
Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.
Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. /
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...

Chimangos e Caramurus

Outro dia fiquei espantado com o grau de insipiência das pessoas, uns alunos certo dia fizeram a seguinte colocação “por que tenho que estudar história?”o respectivo professor da erudita disciplina respondeu: “a análise do passado e a chave da compreensão do presente”, nisto a aula seguiu seu curso normal, apesar de tais ocorrências me deixar espantado, afinal são alunos do ensino médio, acredita -se que tenham certa visão de mundo, saindo da escola passei numa banca de jornal e dei de cara com a seguinte notícia: “ Dilma passa Serra em pesquisa eleitoral”, algumas pessoas estavam discutindo a matéria, isto claro no tocante a manchete de capa, uns defendiam a candidata da situação, outros claro o da oposição, existia um que comentava acerca da terceira via, esta com a candidata dos verdes que preconiza um ecocapitalismo,esta tinha menos intenção de votos, entretanto um pouco de conhecimento histórico acalmaria a acalorada discussão, isto me fez lembrar a indagação feita pelos meus alunos em aula, a situação discutida pelas pessoas em volta da banca me levou ao período regencial da história brasileira, aonde os grupos políticos lutavam ferozmente como nos dias atuais pelo poder.

Nestes dias regenciais tínhamos dois grupos dominantes, os chimangos e caramurus, estes a grosso modo, eram a elite dominante, entretanto tinham peculiaridades, os chimangos eram moderados da época, encontravam – se no poder e procuravam garantir os interesses das elites dominantes do país, mas antenada com as mudanças que estavam ocorrendo no mundo, os caramurus eram também pertencentes a mesma elite dominante, entretanto tinham uma visão retrógada, reacionária, portanto não queriam aceitar os ventos do progresso, pelo contrário queriam uma espécie de retorno ao período absoluto, entretanto estas divergências eram apenas em relação a aspectos da condução da política do país, pois quando era algo que ameaçava os interesses das elites as divergências eram postas de lado em nome da “ normalidade”, logo o principal inimigo das elites eram os liberais exaltados que exigiam mudanças profundas no país. Em nossos dias também temos chimangos, caramurus e exaltados, no primeiro grupo podemos alocar tanto o PT quanto o PSDB, primeiro porque estes possuiu o mesmo projeto de desenvolvimento, este de matriz capitalista, neoliberal, segundo a divergência é em torno da execução deste projeto de pais, os petistas entende que o estado deve orientar este projeto, em contrapartida os tucanos defendem que a iniciativa privada deve ser a protagonista do processo, ou seja, do desenvolvimento, terceiro nenhum dos dois partidos tem o objetivo de mexer na política econômica, esta de acordo com a economia de mercado, seguindo, portanto uma tendência mundial.

No segundo grupo poderíamos colocar o PMDB e o DEM, estes que simbolizam aquilo que existe de mais retrógado, vil e maquiavélico em termos de política, reis do fisiologismo político, defensores de regimes e movimentos reacionários, aonde temos como maior exemplo a ditadura civil – militar que existiu de 1964 – 85 no Brasil, principalmente o DEM que nada mais é do que a aintiga UDN e mesmo o PMDB que formou a oposição permitida pelos militares, ou seja, para inglês ver, portanto estes sempre tiveram no poder, mais grave ainda é termos no atual governo uma aliança poderosa entre PT – PMDB, assim como no governo tucano tivemos a dobradinha PSDB – DEM (este na época chamava – se Partido da Frente Liberal - PFL), em face disto podemos perceber que os defensores das elites sempre tiveram no poder, somado a isto temos o fato de um dos atuais defensores do status co ter deixado o discurso mais ideológicos para adotar uma linha menos contestadora, moderada, seguindo a linha de diversos partidos de esquerda, principalmente na Europa, ou seja, tiveram que adequar – se a economia de mercado, a grande questão é que o antigo partido da mudança encontra – se muito a vontade dentro do status co dominante, entretanto estes partidos logo unem forças ou abrandam o discurso quando algo ameaça os interesses dos mesmos, veja a questão do ficha suja ou limpa, fizeram tantas alterações que o projeto perdeu a essência, em face disto fica claro que as divergências entre os grupos é meramente em relação a condução política do país, entretanto fica a pergunta: quem seria os radicais? Acredito que nesta categoria poderíamos colocar o PSOL, PCB e principalmente os movimentos sociais, estes são os grandes opositores do projeto hegemônico em curso no país, em face disto podemos observar que as discussões em torno Dilma e Serra é meio que malhar em ferro frio, entretanto é inegável que a gestão Lula foi muito mais satisfatória do que as antecessoras, tanto que a oposição ficou sem discurso contra o atual governo, pois como criticar algo que eles preconizaram, ou seja, a economia de mercado, nisto eles são de fato chimangos e caramurus, isto mostrar como é importante o estudo de história, pois o mesmo proporciona uma capacidade única de compreensão acerca da realidade.

Interesse e transferência



Nos últimos tempos temos observado que cada vez mais vemos parcerias entre iniciativa privada e setor público, principalmente na educação, grupos como fundação Roberto Marinho, Bradesco, instituto Ayrton Senna entre outros cada vez mais se transformam em parceiros da grande revolução na educação brasileira, somado a isto vemos no mesmo nível um constante processo de depreciação da carreira do magistério, principalmente na esfera pública no Brasil, esta instalada no inconsciente coletivo das pessoas que a escola pública é ruim e a privada é boa, entretanto sabemos que isto é uma falácia, pois as escolas particulares que realmente funcionam são as voltadas para as elites dominantes do país, colégios como São Bento, Santo Agostinho para ficarmos só no Rio de Janeiro, considerando claro as exceções que existe na rede particular em termos de ensino, logo podemos perceber que a grande maioria das escolas privadas tem rendimento igual ou até pior do que muitas escolas públicas que temos no país.

Agora a grande questão é que temos que observar a ideologia que está por trás desta valorização da lógica privada frente ao setor público, pois o interesse da iniciativa privada no setor público tem ligação direta com a transferência de recursos públicos para grupos ou empresas privadas, porque os mesmo não são aplicados direto nas escolas públicas, o que explica que os professores no Brasil não são convocados para discutir a crise da educação, ouvir as nossas sugestões para a crise, mas percebemos que a política pública para educação desconsidera o ator principal o professor.

Logo os recursos que deveriam ser investidos diretamente na valorização do profissional docente, acaba indo para estas instituições privadas que aplicam a sua metodologia baseada na eficiência, mas tem um fator fundamental, profissionais deste grupos são bem remunerados ao contrário da maioria dos docentes da redes públicas e privadas Brasil, pois as condições de trabalho na maioria destas unidades de ensino são péssimas, em face disto o interesse dos grupos privados claramente são os recursos abundantes que existe na educação, pois só para o professor que não pode ter aumento, mas dinheiro para estes grupos sempre tem, portanto observamos uma clara transferência de recursos para estes grupos que são um verdadeiro câncer na educação.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Musas da poesia

Nada seria a poesia se não fosse nossas musas

Elas são de suma importância, inspiradoras!

Sensuais, angelicais, líricas e épicas

Precisamos delas, pois são inspiração poética.

Calíope, musa da poesia épica, inspiração divina!

Homero! Hesíodo! Sófocles! entre outros, são seus filhos
Estes glorificavam os feitos helênicos, assim como Ovídio

Glorificava os feitos romanos e Camões os lusitanos.

Euterpe, musa da poesia lírica, fonte de inspiração!

Para as mais belas linhas poéticas oferecidas as divindades, aos divinos heróis


Como não encantar –se com os salmos de Davi!
Como não vir as lagrimas com os belos poemas oferecidos
Aos mortos em batalha ou para aqueles lutam contra as injustiças.

Érato, musa da poesia amorosa, esta que junto
Com Eros flecha os corações dos apaixonados
Seja pela sabedoria, por uma pessoa em especial
Esta que junto de Afrodite faz com que homens e mulheres
Possam saborear a beleza da sabedoria, da vida e do amor.




Polimnia, musa da poesia sacra, letras poéticas

Voltadas para os deuses, esta que com sua harpa
Glorificava as divindades, assim como Davi glorificava Javé
Como os escribas poetas glorificavam seus faraós
Como gregos e romanos glorificava os seus deuses.


Estas são, portanto nossas musas, cada uma em sua particularidade

Cada uma delas nos inspira na sua especificidade, mas temos elementos

De todas elas, somos um mosaico destas musas, pois temos momentos

Líricos, sacros, amorosos, épicos, mas na maior parte da vida

Somos todas elas, portanto todas as musas.