segunda-feira, 9 de abril de 2012

A conservadora nova classe média


A gestão petista criou verdadeira ou artificialmente aquilo que a mídia chama de nova classe média, este novo grupo oriundo dos extratos mais empobrecidos da nossa pirâmide social são a maioria esmagadora deste novo grupo social.

Entretanto essa nova classe média surgiu baseada no crédito, pois o grosso da população brasileira tem uma espécie de reserva de “desejo de consumo”, este desejo por sua vez é a mola propulsora para o consumo no Brasil  e base fundamental para alçar a classe C para o status de classe média, mas a mesma classe possui um hiato em termos de consciência política e sofisticação cultural, em termos políticos esta nova classe é tão ou mais retrograda  do que sua homônima clássica, um grupo social que tem medo, pavor de perder o pouco que conquistou, não vê muito sentido na democracia e compõe o grosso destas igrejas pentecostais, cujo as idéias são as mais reacionárias possível.

Estas características desse novo grupo social facilitam a adesão das mesmas a figuras de veleias populistas e lideres messiânicos, basta observamos que a avaliação da gestão petista é altíssima nestes extratos sociais, inclusive trazendo questionamentos novos para a intelectualidade brasileira, pois depois de duas décadas de luta contra o conservadorismo, temos que enfrenta – lo novamente em plena democracia e com o agravante de termos uma mídia que massifica este ponto de vista, logo temos a plena consciência de que esse extrato social precisa ser lapidado, político e culturalmente, pois esse grupo não deixa legado para as gerações futuras, não tem poder de pressão junto às esferas de poder, são apenas massa de manobra controlada pela TV e pelas igrejas, esse é o quadro, tal panorama é extremamente ruim para o desenvolvimento político, social e cultural do país.                

terça-feira, 3 de abril de 2012

Vândalos ou Público deTeatro



Marcio Almeida - professor, escritor e poeta.


Clássico baiano: Bahia X Vitória 
Nos últimos dias a nossa imprensa tupiniquim tem falado exaustivamente sobre a questão da violência entre facções inseridas dentro das torcidas organizadas e consequentemente começou um processo de demonização das organizadas, pois as mesmas são a nova – velha – ameaça a copa do mundo e porque não dizer aos jogos olímpicos.
Entretanto temos um outro problema, este que em parcos momentos vem sendo debatido pela mídia, pois isso não interessa que é a transformação do futebol num espetáculo voltado para as classes média e média alta, hoje dificilmente temos personagens como os antigos geraldinos, mais ainda temos um público que assiste futebol, não vive o futebol do seu clube, não acompanha o dia a dia, não consome as coisas do seu clube, simplesmente vai a um jogo de futebol como vai para um espetáculo de teatro, logo aquele calor humano que era a marca do futebol pouco a pouco vai perdendo espaço para “digamos” espaços mais requintados como as arenas multiuso, muito em voga no Brasil e plenamente incentivada pelos canais dos lacaios do capital. Do mesmo modo temos o problema das facções inseridas no seio das organizadas que precisa ser combatido o mais rápido possível, pois a grande maioria das pessoas que fazem parte das organizadas são pessoas que verdadeiramente são torcedores do seu time, tem muito torcedor de reta final de campeonato que nunca vi o time jogar fora do estado, nunca enfrentou chuva, torceu pelo seu time na geral, entoou cantos nas organizadas, pois não se iludam os belos cantos das torcidas, coreografias e etc. são fruto da criatividade das uniformizadas, não é o torcedor de teatro que proporciona tal espetáculo.

Jogo do Real Madri
Este torcedor estilo Real Madri vaia o time, reclama de tudo, sempre acha tudo muito ruim e principalmente, acha que pobre não deveria ir ao estádio, ou seja, este tipo de torcedor é tão ruim, danoso, prejudicial ao futebol  quanto os criminosos das torcidas organizadas, pois enquanto estes grupos das organizadas que entram em confrontos são prejudiciais pela violência, os torcedores à madrilena também são tão perniciosos quanto, pois coloca pessoas no estádio que estão no mesmo pelo simples fato de está e não pela paixão pelo time.

Portanto temos dois problemas a resolver a violência no estádio que algo que foge as raias da racionalidade, mas também temos que evitar a proliferação destes torcedores de ocasião, no estilo Madri, para que possamos continuar tendo torcedores de verdade nos estádios de futebol.