sábado, 28 de maio de 2011

Greves pelo Brasil





Greves de professores afetam 1,7 mi de alunos em seis Estados


Movimentos em seis Estados mobilizam tanto docentes de redes estaduais de ensino como municipais; categoria pede reajuste salarial

Em pelo menos seis Estados, movimentos grevistas de professores da rede pública estão afetando até 1,7 milhão de estudantes, ao todo, segundo sindicatos da categoria. Cada Estado – ou município, no caso de Porto Alegre – tem reivindicações diferentes e negocia de maneira independente.

Os professores do Amapá entraram ontem em greve (25), por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 16%, contra os 3% oferecidos pelo governo. Na capital Macapá, 90% dos professores teriam aderido.

Em Porto Alegre, a greve chegou ao terceiro dia e afeta 40 mil alunos. A categoria não aceita reajuste de 6,5% em maio e mais 0,5% em dezembro e quer 18%. A prefeitura sustenta que não pode oferecer mais. O Sindicato dos Municipários estima que 90% dos educadores estão parados, enquanto a prefeitura afirma que o índice é de 70%. A categoria diz que a greve só termina se houver nova proposta.

Em Sergipe, os professores da rede estadual entram no quarto dia de paralisação, prejudicando 300 mil alunos. Eles fazem hoje uma vigília na Assembleia Legislativa a partir das 8 horas e, amanhã, um ato público no centro comercial de Aracaju. A categoria recusou proposta de pagamento integral imediato do reajuste de 15,86% para os professores do nível um e a partir de setembro para os demais níveis.

Adesão forte. Em Santa Catarina, onde a greve chega ao oitavo dia, a adesão é de quase 90% (35,6 mil dos 39 mil professores da rede), segundo o sindicato da categoria. Cerca de 600 mil alunos estariam sem aula.

A greve é uma reação à proposta do governo que fixa, por medida provisória, o piso nacional do magistério em R$ 1.187 para docentes que não tinham o valor como salário-base sem a soma de abono. Antes, o mínimo era de R$ 609. Os professores são contra a MP porque ela não acompanharia o progresso de carreira. O governo se recusa a negociar, e os grevistas querem que os deputados rejeitem a MP.

Em Alagoas, onde 350 mil estão sem aula, os professores decidiram prorrogar a greve, iniciada na semana passada, por mais uma semana. Os docentes acusam defasagem de 25% no salário, mas o governo oferece 7%.

Quase um mês. Na Paraíba, 18 mil funcionários de 600 escolas (60% dos profissionais) estão em greve há 25 dias, segundo o sindicato local, afetando as aulas de 400 mil estudantes. Os professores pedem piso de R$ 890 para 30 horas semanais e manutenção das gratificações. Hoje, o piso é de R$ 661. O governo diz que aceita pagar o piso, desde que as gratificações sejam incorporadas.





Fonte: Sinte-SC com informações de O Estado de S.Paulo

terça-feira, 24 de maio de 2011

Levantes contra o Capital




Marcio Almeida - historiador e professor.

Nos últimos anos temos visto uma série de levantes pelo mundo, tendo como pano de fundo a reação aos desmandos do capital, do Cairo a Madri, passando por Londres, Lisboa, Paris e outras capitais da Europa o capitalismo se tornou o grande inimigo destas populações, o mais curioso é que tanto as esquerdas tradicionais, quanto à direita modernizante, transvertida de liberal são vistas como vilãs nesta história toda, o que é algo novo na conjuntura política mundial, pois não observamos tal fenômeno durante boa parte do século XX, entretanto podemos identificar em que momento esta conjuntura que observamos hoje começou a ser criada e temos que retornar aos anos 80 e 90, ou seja, as ultimas duas décadas do século anterior.

O fim do mundo soviético marca o inicio do processo de mutação que os partidos de esquerda iriam sofrer durante os anos 80 e 90, principalmente a última década, momento que marca o apogeu do neoliberalismo, a partir do colapso soviético e por extensão de toda área de influência dos mesmos, ou seja, a região dos bálcãs o socialismo real passa a ser visto como algo fracassado dada a incapacidade do mesmo de competir com o mundo capitalista, em face disto os partidos de esquerda ficaram num beco sem saída, pois perderam a retórica de outrora, isto é, o referencial soviético frente a ao mundo capitalista cristalizado pelos EUA, entretanto outras perspectivas de aplicação do socialismo que foram relegadas a um plano secundário, sendo aplicada em outros lugares e mesmo o welfare State que surgiu a partir do medo das potencias capitalistas européia da onda vermelha que tomava conta do velho continente no entreguerras mostra que era possível se não eliminar, mas pelo menos submeter o capitalismo frente aos interesses do povo. Entretanto as esquerdas tradicionais da Europa seguiram um outro caminho, este que no Brasil também foi adotado pelo PT e era chamado de articulação, este em 2002 levou o mesmo ao poder, a nova orientação das esquerdas foi seguir o canto da sereia do capitalismo.

A partir do momento em que as esquerdas em escala mundial começaram a seguir as orientações neoliberais e que gente do FMI, banco Mundial, entre outros começou a freqüentar os salões dos governos de esquerda a coisa desandou e o resultado é o que vemos hoje, partidos de esquerda que querem reduzir direitos dos trabalhadores em nome dos interesses do capital, transferência das perdas do mercado financeiro para o povo, entretanto o mesmo não partilha os lucros do capital em tempos de bonança, logo a reação pelo mundo frente aos desmandos destes partidos que estão no poder. Em relação à direita e aqui temos que fazer uma pequena distinção, pois trata – se aqui da direita modernizante e não dos grupos ultraconservadores do mesmo espectro político, o fato que mantém os mesmo em sua condição de vilões é que o capitalismo se apresentou como a grande solução para os problemas da humanidade e passado pouco mais de duas décadas do colapso soviético e do socialismo real o mesmo está sendo contestado em todas as partes do mundo, neste mesmo espaço de tempo o capitalismo produziu uma riqueza sem precedentes, entretanto a pobreza aumentou na mesma escala, hoje temos pessoas sendo excluídas da própria exclusão, algo que Zygmunt Bauman chama de refugo e Leonardo Boff de zeros sociais e mais este mesmo capitalismo cantado em verso e prosa pelos poetas do capital tenta acabar com o pouco de direitos que os cidadãos tem em seus paises, logo as reações ocorreram pela Europa e outros paises mundo afora.
Em face disto temos que construir um projeto de mundo alternativo ao que temos e para desespero de alguns que não cometa os erros dos projetos do século XX que mesmo bem intencionados acabaram se tornando ditadura, temos que transformar a democracia em força revolucionaria, de transformação da sociedade em escala global, tirar a mesma da condição de serva do capital, pois nos impõem a democracia liberal como o único caminho democrático a seguir e sabemos que a mesma tem na sua capacidade de transformação constante sua maior força, nela que podemos realizar os ideais humanísticos implícitos no socialismo, na idéia de bem comum aristotélica, enfim aonde podemos plenamente gozar da condição humana, entretanto temos que derrubar os sistema que hoje se encontra no poder, pois a queda do mesmo significa a libertação da humanidade.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Prof: Amanda Gurgel de Freitas.



A senhora esperava toda essa repercussão, no YouTube, com seu depoimento sobre a situação da educação?

AMANDA GURGEL DE FREITAS: Nunca. Eu jamais imaginei que uma situação, que para mim é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. Não tem quem não veja como é a rotina de um professor.

O que a senhora acha que está faltando para mudar a situação do professor?

AMANDA: Posso falar sinceramente: vergonha. Esse caos que existe na educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado, existe uma intenção para que a educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um ofício.

A senhora hoje tem dois empregos, acorda às 5h da manha e passa o dia todo trabalhando. Como é a vida de um professor sem condições até de se qualificar, de ler? Como faz para se atualizar?

AMANDA: Olha, é muito difícil. Para qualquer professor, isso é muito difícil. Então, na nossa categoria, até é importante tocar nesse ponto, nós vivemos uma certa crise de identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia. E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa. Por isso que muitas vezes as pessoas confundem os responsáveis pelo caos e acham que a greve atrapalha os alunos. Na verdade, a greve não atrapalha, justamente por isso, se nós não estivéssemos em greve não teríamos a oportunidade de falar sobre a educação nesse momento, porque estariam todos os alunos dentro da sala de aula controlados pelos professores, que não estariam em condições de ter uma atividade digna, de exercer a atividade docente decentemente, porque as salas são superlotadas, porque as salas são quentes aqui na nossa cidade, porque os professores não têm condições de se atualizarem. Infelizmente, não é dada essa oportunidade para os professores.

A senhora disse que o professor sofre muito de doenças psicossomáticas. A senhora já teve depressão. Como é a saúde dos professores?

AMANDA: Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem ter condições de trabalho dígnas. Frequentemente desenvolvem doenças relacionadas à atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedí-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função. Recentemente, em um consultório, um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. Independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.

Depois do sucesso na internet, a senhora pretende se candidatar a algum cargo político?

AMANDA: Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fossem confundidas com as do partido. Não tenho pretensão política governamental, mas faço política no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.

fonte: O globo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O foda - se de Millor Fernandes



Em homenagem ao grande Millor Fernandes lá vai o texto e fode -se!!!!!!!!!!!!

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo?
Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.
Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. /
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...

Chimangos e Caramurus

Outro dia fiquei espantado com o grau de insipiência das pessoas, uns alunos certo dia fizeram a seguinte colocação “por que tenho que estudar história?”o respectivo professor da erudita disciplina respondeu: “a análise do passado e a chave da compreensão do presente”, nisto a aula seguiu seu curso normal, apesar de tais ocorrências me deixar espantado, afinal são alunos do ensino médio, acredita -se que tenham certa visão de mundo, saindo da escola passei numa banca de jornal e dei de cara com a seguinte notícia: “ Dilma passa Serra em pesquisa eleitoral”, algumas pessoas estavam discutindo a matéria, isto claro no tocante a manchete de capa, uns defendiam a candidata da situação, outros claro o da oposição, existia um que comentava acerca da terceira via, esta com a candidata dos verdes que preconiza um ecocapitalismo,esta tinha menos intenção de votos, entretanto um pouco de conhecimento histórico acalmaria a acalorada discussão, isto me fez lembrar a indagação feita pelos meus alunos em aula, a situação discutida pelas pessoas em volta da banca me levou ao período regencial da história brasileira, aonde os grupos políticos lutavam ferozmente como nos dias atuais pelo poder.

Nestes dias regenciais tínhamos dois grupos dominantes, os chimangos e caramurus, estes a grosso modo, eram a elite dominante, entretanto tinham peculiaridades, os chimangos eram moderados da época, encontravam – se no poder e procuravam garantir os interesses das elites dominantes do país, mas antenada com as mudanças que estavam ocorrendo no mundo, os caramurus eram também pertencentes a mesma elite dominante, entretanto tinham uma visão retrógada, reacionária, portanto não queriam aceitar os ventos do progresso, pelo contrário queriam uma espécie de retorno ao período absoluto, entretanto estas divergências eram apenas em relação a aspectos da condução da política do país, pois quando era algo que ameaçava os interesses das elites as divergências eram postas de lado em nome da “ normalidade”, logo o principal inimigo das elites eram os liberais exaltados que exigiam mudanças profundas no país. Em nossos dias também temos chimangos, caramurus e exaltados, no primeiro grupo podemos alocar tanto o PT quanto o PSDB, primeiro porque estes possuiu o mesmo projeto de desenvolvimento, este de matriz capitalista, neoliberal, segundo a divergência é em torno da execução deste projeto de pais, os petistas entende que o estado deve orientar este projeto, em contrapartida os tucanos defendem que a iniciativa privada deve ser a protagonista do processo, ou seja, do desenvolvimento, terceiro nenhum dos dois partidos tem o objetivo de mexer na política econômica, esta de acordo com a economia de mercado, seguindo, portanto uma tendência mundial.

No segundo grupo poderíamos colocar o PMDB e o DEM, estes que simbolizam aquilo que existe de mais retrógado, vil e maquiavélico em termos de política, reis do fisiologismo político, defensores de regimes e movimentos reacionários, aonde temos como maior exemplo a ditadura civil – militar que existiu de 1964 – 85 no Brasil, principalmente o DEM que nada mais é do que a aintiga UDN e mesmo o PMDB que formou a oposição permitida pelos militares, ou seja, para inglês ver, portanto estes sempre tiveram no poder, mais grave ainda é termos no atual governo uma aliança poderosa entre PT – PMDB, assim como no governo tucano tivemos a dobradinha PSDB – DEM (este na época chamava – se Partido da Frente Liberal - PFL), em face disto podemos perceber que os defensores das elites sempre tiveram no poder, somado a isto temos o fato de um dos atuais defensores do status co ter deixado o discurso mais ideológicos para adotar uma linha menos contestadora, moderada, seguindo a linha de diversos partidos de esquerda, principalmente na Europa, ou seja, tiveram que adequar – se a economia de mercado, a grande questão é que o antigo partido da mudança encontra – se muito a vontade dentro do status co dominante, entretanto estes partidos logo unem forças ou abrandam o discurso quando algo ameaça os interesses dos mesmos, veja a questão do ficha suja ou limpa, fizeram tantas alterações que o projeto perdeu a essência, em face disto fica claro que as divergências entre os grupos é meramente em relação a condução política do país, entretanto fica a pergunta: quem seria os radicais? Acredito que nesta categoria poderíamos colocar o PSOL, PCB e principalmente os movimentos sociais, estes são os grandes opositores do projeto hegemônico em curso no país, em face disto podemos observar que as discussões em torno Dilma e Serra é meio que malhar em ferro frio, entretanto é inegável que a gestão Lula foi muito mais satisfatória do que as antecessoras, tanto que a oposição ficou sem discurso contra o atual governo, pois como criticar algo que eles preconizaram, ou seja, a economia de mercado, nisto eles são de fato chimangos e caramurus, isto mostrar como é importante o estudo de história, pois o mesmo proporciona uma capacidade única de compreensão acerca da realidade.

Interesse e transferência



Nos últimos tempos temos observado que cada vez mais vemos parcerias entre iniciativa privada e setor público, principalmente na educação, grupos como fundação Roberto Marinho, Bradesco, instituto Ayrton Senna entre outros cada vez mais se transformam em parceiros da grande revolução na educação brasileira, somado a isto vemos no mesmo nível um constante processo de depreciação da carreira do magistério, principalmente na esfera pública no Brasil, esta instalada no inconsciente coletivo das pessoas que a escola pública é ruim e a privada é boa, entretanto sabemos que isto é uma falácia, pois as escolas particulares que realmente funcionam são as voltadas para as elites dominantes do país, colégios como São Bento, Santo Agostinho para ficarmos só no Rio de Janeiro, considerando claro as exceções que existe na rede particular em termos de ensino, logo podemos perceber que a grande maioria das escolas privadas tem rendimento igual ou até pior do que muitas escolas públicas que temos no país.

Agora a grande questão é que temos que observar a ideologia que está por trás desta valorização da lógica privada frente ao setor público, pois o interesse da iniciativa privada no setor público tem ligação direta com a transferência de recursos públicos para grupos ou empresas privadas, porque os mesmo não são aplicados direto nas escolas públicas, o que explica que os professores no Brasil não são convocados para discutir a crise da educação, ouvir as nossas sugestões para a crise, mas percebemos que a política pública para educação desconsidera o ator principal o professor.

Logo os recursos que deveriam ser investidos diretamente na valorização do profissional docente, acaba indo para estas instituições privadas que aplicam a sua metodologia baseada na eficiência, mas tem um fator fundamental, profissionais deste grupos são bem remunerados ao contrário da maioria dos docentes da redes públicas e privadas Brasil, pois as condições de trabalho na maioria destas unidades de ensino são péssimas, em face disto o interesse dos grupos privados claramente são os recursos abundantes que existe na educação, pois só para o professor que não pode ter aumento, mas dinheiro para estes grupos sempre tem, portanto observamos uma clara transferência de recursos para estes grupos que são um verdadeiro câncer na educação.