quinta-feira, 24 de julho de 2008

O tédio de nossos dias

Márcio C. Almeida
Historiador

Atualmente a vida é tão sem graça que nem parece vida tamanha mediocridade que são os dias atuais, as pessoas preocupadas em atender seus desejos mesquinhos não tem tempo para pensar em grandes projetos humanitários.

Esta situação é o espelho dos nossos dias, pessoas sem vida, sem experiências enriquecedoras e etc, o momento que vivemos são de assuntos que giram em torno de dietas, celulares, futilidades e fofocas, entretanto não vemos a discussão de assuntos construtivos do ponto de vista humanístico, cidadão, enfim debater sobre coisas que venha proporcionar o bem comum a todos, logo podemos perceber o tédio dos nossos dias, esta vida vazia desprovida de coisas que valha realmente a pena, vivemos no império da futilidade cujo o símbolo maior são os shoppings centers, verdadeiros ópios modernos aonde as pessoas ficam anestesiadas pelas vitrines frias, entretanto convidativas, fazendo os indivíduos serem comprados pelo produto ali exposto, pior as pessoas fazem das compras um passatempo quando na verdade ela foi comprada pela mercadoria pensando que aquilo é lazer, algo mais tedioso do que isso estou para ver e os indivíduos ainda ficam sorrindo, definitivamente tem alguma coisa errada. A pobreza de criatividade da sociedade atual explica todo o tédio da atualidade, pois é cerceada aos homens a criação, o prazer de contemplar aquilo que criamos, tudo nos vem pronto, como é prazeroso criar uma canção, manipular harmoniosamente um instrumento ou escrever um poema, um texto, um artigo, uma crônica, enfim, um prazer único, uma atitude erótica que nenhuma tecnologia pode proporcionar e/ou substituir, quando muito pode servir de ferramenta a criatividade humana, imagine o tédio da maioria das pessoas que foram sublimadas do prazer no seu cotidiano, esta situação pode ser canalizada para direções sombrias como as drogas e o banditismo de maneira geral, tudo isso por causa do cotidiano tedioso que são os dias atuais, esta que é totalmente desprovida de prazer, causa, ideais, deveríamos buscar o conhecimento do prazer e da felicidade nos antigos filósofos gregos, chutarmos este paradigma de felicidade burguês onde a alegria e felicidade estão naquilo que você compra ao invés de ser aquilo que é fruto do seu altruísmo, em suma quando as pessoas começam a ficar feliz porque comprou um novo celular algo está errado.

Entretanto existem pessoas que estão acabando com o tédio em suas vidas, geralmente são pessoas que olham constantemente para si mesmo, para vida e confrontando a realidade com o saber adquirido nos livros, na biblioteca da experiência que chama –se vida optaram por ser e logo começaram a perceber o sorriso de momo deus do riso, este expresso no prazer de viver, portanto os que estão buscando o caminho do ser tem infinitamente uma vida menos tediosa do que aqueles que querem apenas ter, estes aprisionados no seu império da futilidade, do consumo desenfreado, oportunista e momentâneo sempre terão uma vida tediosa, pois o fetichismo do consumo não os deixa em paz dizendo que sem ele tudo é sem graça, um marasmo absoluto não escapando, portanto deste ciclo vicioso. O tédio da vida atual está justamente nisto porque pelo fato de vivermos numa sociedade de consumo, sem ideais, proposta e objetivos, aonde a grande preocupação é “preciso comprar um mp5 ou um celular com TV” fica clara a superficialidade da vida atual, tornando a mesma tediosa, temos verdadeiros zumbis que pensam que são incluídos e felizes porque consomem, cada vez mais ocorre mortes por suicídio, isto porque o indivíduos conseguindo enquadrar –se num padrão de consumo começa a se achar um incapaz, um fracassado e mediante falta de perspectiva entram em depressão e daí para o suicídio é rápido, mas tudo isto acontece devido ao tédio que é viver numa sociedade de consumo baseada no ter ignorando o ser por completo, enquanto isso aqueles que querem ser estão quebrando paradigmas da sociedade do ter em pleno tédio dos dias atuais.

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