quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Homogenização Capitalista


A sociedade atual caminha para um processo de homogeneização, aonde todos devem ter o mesmo comportamento, costumes, gostos e etc, contribui muito para isto o processo conhecido como globalização, este que analisado historicamente é um eufemismo para o velho processo de colonização, em face disto o paradigma cultural, política e principalmente econômica são a face mais visível da dominação das potências capitalistas, ou seja, os paises desenvolvidos frente os homônimos em desenvolvimento. Outra forma de dominação das grandes potências ocorre mediante a cooptação das elites dominantes locais, isto é, dos paises em desenvolvimento, estas a partir de então passam a ser negadoras da cultural do respectivo país e defensoras de valores exógenos, logo todas as pessoas que colocam – se à margem deste projeto hegemônico da sociedade são classificadas como anormais, isto ocorre pelo fato destas pessoas terem uma atitude crítica em relação a sociedade atual, todos aqueles que passam a ter uma atitude socrática frente a esta sociedade sofistica torna –se alvo de perseguição, temos uma mídia que ridiculariza todas as manifestações da cultura popular, nacional, somente as expressões culturais das elites dominantes recebem o devido tratamento, logo podemos constatar que no mundo atual não existe espaço para uma conduta alternativa, fora da imposição pasteurizada da sociedade contemporânea.

Somado a esta triste realidade estamos assistindo o retorno do conservadorismo, temos a adequação do velho puritanismo o limiar do século XXI a realidade atual, podemos observar o respectivo avanço no crescimento da intolerância tanto no plano étnico, social e religioso. Em termos étnicos o quadro não mostra novidade, pois tudo aquilo que não está dentro do padrão é marginalizado, seja criminal ou socialmente, podemos inclusive ser nas duas formas, veja o tratamento dado pelas forças de segurança nas periferias das grandes cidades, na loucura de busca pelo corpo perfeito e etc, em termos sociais basta observa o tratamento dado aos locais fora das áreas nobres fica claro a inferioridade que as populações destas regiões são vistas e justamente nestas que o conservadorismo é trabalhado dado o fato das pessoas destas regiões em tese ter menos acesso a escolarização, logo em teoria o número de pessoas com capacidade de reflexão é menor, logo percebe a relação entre o conservadorismo e a religião o que é algo distinto da religiosidade, isto porque a podemos perceber o avanço na perseguição das religiões fora da matriz cristã a mesma ocorre pelo fato das expressões religiosas de origem afro – indígena ser vista como o diferente, o anormal, logo sofre perseguição pelo fato das mesmas não enquadrarem –se naquilo que a sociedade pasteurizada, homogeneizada, de orientação burguesa julga como correto e todos aqueles que criticam esta conjuntura são rotuladas como anormais, pois não aceitam o enquadramento, o rótulo, enfim a capitulação frente ao projeto hegemônico de sociedade.

Em face disto podemos observar que as lutas travadas pelos grupos de vanguarda nos anos 60 e 70 não atingiram todos os objetivos, pois lutaram pela liberdade, mas o que temos hoje é uma sociedade pautada na liberalidade, ou seja, que deturpou a ideia de sociedade livre e colocou em voga um modelo licencioso, este que permite as pessoas agir sem responsabilidade, isto definitivamente não é uma atitude crítica em relação à sociedade, mas apenas a face permissiva desta sociedade que tenta adequar os anseios de liberdade com a respectiva atitude, algo que não deixa de ser mais uma face do conservadorismo, este que é uma forma de enquadramento da sociedade atual. Logo podemos perceber que uma atitude oposta à sociedade atual implica numa marginalização por parte da mesma, portanto cabe aos heróis anormais não capitular frente a opressão feita pela atual sociedade, esta que tenta homogenizar a todo custo os seres humanos.


Márcio C. Almeida - historiador




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