terça-feira, 4 de agosto de 2009

Erotismo no limiar do século XXI

A sociedade do limiar do século XXI que vivemos é herdeira direta das conquistas obtidas pelos movimentos que militaram radicalmente nos anos 60/70 (estudantes, feministas, negros e etc) entre as reinvidicações estava a liberdade sexual, isto não implicava em atitudes licenciosas, muito menos irresponsáveis. Entretanto podemos observar que ao invés de termos sociedade erótica em sentido platônico, temos uma genitalização do erotismo, base da pornografia que é a face mais rasteira e embrutecida da dimensão sexual do erotismo, esta realidade no entanto é fruto da adequação da sociedade burguesa frente as mudanças que estavam ocorrendo a partir dos anos 60/70, portanto passamos a ter migalhas de erotismo, este na sua face genitalizada, aonde temos como símbolo maior o estilo “playboy” de vida, neste momento ocorre um bool na industria pornográfica com o surgimento de uma gama e materiais sobre o assunto que no inicio era impresso e nos dias atuais podem ser encontrados em qualquer esfera de comunicação, isto é, da mídia impressa à online, longe de querer negar a face genital do enlace erótico quando duas pessoas que desejam mutuamente e tendo por objetivo proporcionar prazer a ambos, pelo menos em tese, entretanto o grande problema é a redução do erotismo em nossos dias foi reduzida apenas a sua dimensão sexual com recorte genital, quando deveríamos estar experimentando as outras dimensões de Eros em nossas vida.
Mas o que explica esta genitalização é a necessidade de controle social, isto mesmo! Pode parecer até certo ponto estranho, entretanto vamos aos fatos a redução de Eros a mera genitalidade quebra a idéia de hedonismo que basicamente significa viver com prazer, ou seja, fazer coisas que lhe proporciona prazer e bem estar, proporcionando uma vida feliz, em contra partida a noção de felicidade dominante em nossa sociedade é aquela que repousa no consumismo, o mesmo coloca que o individuo deseja é possível desde que o mesmo possa comprar, isto impulsiona o consumismo algo que interessa ao capitalismo. Em face disto podemos perceber que o controle de Eros significa o cerceamento da liberdade, pois no momento em que o individuo significa o cerceamento da liberdade, pois no momento em que o individuo é alienado das outras possibilidades que o erotismo proporciona, isto é, quando o mesmo acredita que erotismo é mera genitalidade passo a ter o controle ou a sublimação do mesmo, devido ao fato que a energia, criatividade e sensibilidade que o individuo empregaria em atividades prazerosas passa a ser empregada no trabalho, isto impulsiona a economia o que é de interesse capitalista, outro fator a ser observado é que os parcos momentos de lazer e prazer ocorrem sempre no finais de semana, isto tem o objetivo de ter trabalhadores supostamente relaxados e melhor disposto para mais uma semana de trabalho.

Em face disto podemos perceber que Eros continua aprisionado em sua condição Tanatos, isto explica o sucesso de coisas com o sex shops, casas de swing, clubes de erotismo, isto ocorre devido ao fato destes locais os indivíduos poderem experimentar outras possibilidades que o erotismo oferece ainda que Eros não se resuma a sua face sexual, pois todas vezes que lemos um livro, bebemos com os amigos, ouvimos e/ou dançamos uma música que gostamos, estamos na verdade gozando de momentos prazerosos, ou seja, estamos exercendo o nosso Eros em sentido helênico, em face disto percebemos que o erotismo esta ligado a aquilo que proporciona ou dar prazer, fica claro que a nossa sociedade é carente de prazer devido ao fato de crer que tudo é possível de ser consumido, recebemos em troca migalhas de supostos prazeres quando na verdade aquilo que nos pertence é negado, logo temos que nos libertar desta opressão, pois cercear Eros significa controlar a sociedade e negar a liberdade a mesma em toda sua totalidade.
OBS: a imagem acima refere -se ao deus Eros divindade do amor.

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